A pesquisadora colombiana, Marcela Salazar, da Genetica Spring, fez uma palestra abordando os aspectos da reprodução seletiva de camarões, com destaque para a produção de camarões resistentes a patógenos, durante o XV Simpósio Internacional de Carcinicultura, na Fenacam 2018. Na ocasião falou com exclusividade para os leitores da Panorama da Aqüicultura sobre a dificuldade que muitas vezes os produtores têm para entender a diferença entre um animal tolerante e um animal resistente.
Segundo Marcela Salazar, “no cultivo de camarão, tolerância e resistência são dois conceitos que muitos produtores não entendem muito bem, apesar de serem completamente diferentes. Tolerância é a habilidade que tem um animal para conviver com um patógeno. É uma convivência pacífica. Já a resistência é a habilidade que o animal tem de limitar a carga do patógeno. É uma guerra ativa.
São duas coisas diferentes do ponto de vista evolutivo. E também são diferentes para a seleção genética. Se vamos utilizar animais somente em tanques que já têm o patógeno, é melhor ter animais tolerantes a esse patógeno. Eles vão conviver juntos e não vai haver mutações, tampouco perdas na camaroneira.
Mas se animais forem colocados para serem cultivados ao lado de animais que não são tolerantes, esses animais devem ser resistentes para não contraírem a enfermidade.
O animal tolerante pode ser um animal que tem a enfermidade e não manifesta nenhum sintoma. É um portador assintomático da enfermidade. Já o animal resistente é aquele que briga com patógeno, elimina o patógeno, e limita a carga viral do mesmo” explicou a pesquisadora.
Assista Marcela Salazar no vídeo abaixo.