A voz do produtor: tanques-rede

…meu irmão e eu criamos tilápias. No princípio, optamos por criar num tanque-rede que media 5m x 5m x 1,2 metros. Depois passamos a usar tanques-rede menores e aí o manuseio é fantástico. O peixe se desenvolve muito bem e a troca de água nos tanques-rede com pequeno volume é muito melhor. Chegamos a ter em nossa propriedade uns tanques enormes, que mediam 5m x 10m x 2m, todo de tela, daquela feita da sobra das moedas. Hoje continuamos usando tanques feitos com esse mesmo material, mas agora só queremos saber de tanquinhos. Nos tanques maiores era comum o problema de liderança entre os peixes. Tem sempre aqueles que se alimentam bem e se desenvolvem e os que não conseguem se alimentar direito, dificultando os desenvolvimento dos demais. Isso acontece mesmo quando se toma o maior cuidado fazendo controle de biomassa ou povoamento dos tanques para engorda, já nos tanques de pequeno volume não existe esse problema, não há essa competividade. Quando usávamos os tanques-rede maiores, nossa produtividade era em torno de 50 quilos por metro cúbico. Agora, com os tanquinhos, nossa produtividade vai de 150 a 200 kg por metro cúbico, com conversão de 1,3:1. João Maurício F. Ferreira é produtor de tilápias na represa da Usina de Capivara, um represamento do Paranapanema no município de Sertaneja, PR.

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…estamos implantando agora um projeto na cidade de Pentecostes no Ceará. No nordeste costuma-se usar tanques com medidas de 27 metros cúbicos de lâmina d’água, 3 m x 3 m x 3 m, são 27 metros cúbicos povoados com 100 peixes por cada metro cúbico. Essa densidade inicial é indicada para produtores iniciantes, que depois podem vir a colocar na safra seguinte uns 150 peixes, podendo chegar até a 200 peixes por metro cúbico. Os tanques estão prontos para serem lançados no açude e estamos aguardando as tilápias que estão sendo engordadas até o tamanho que julgamos ser o ideal. Só então os alevinos serão lançados nos tanques-rede.

Um produtor da Paraíba começou trabalhando primeiro com 100 peixes por metro cúbico e ele conseguiu em média 450 gramas de peso em 5 meses, povoando com alevinões de 10 cm (45 kg/m3). Ele colocou nos tanques alevinos de tilápias sexadas. Eu acompanhei duas despescas dele e a taxa de mortalidade foi baixíssima, quase nada, não chegou nem a 1%. Ele tinha as condições ideais. Temos utilizado dois tipos de ração. Quando usamos a peletizada ela é colocada num cocho porque ela normalmente afunda um pouco. Com o cocho diminui-se a perda da ração e elimina-se a contaminação do ambiente. Já com a ração extrusada não existe esse problema e os peixes comem mais na superfície, mas nem sempre o produtor tem acesso à elas. O produtor pede formulações e essa formulação dá a ele a possibilidade de fazer ração caseira peletizada. Diogo Lustosa, Fortaleza – CE, consultor.