Produtores de tilápia no Açude Orós, o segundo maior reservatório do Ceará, passam por um momento de extrema dificuldade. O motivo é a dramática redução do nível da água, que tem resultado na mortandade dos peixes produzidos em tanques-rede. Estima-se que a queda na produção seja superior a 95%, em toda a bacia do reservatório, que abrange parte dos municípios de Iguatu, Orós e Quixelô. A situação já afeta severamente a economia da região, onde cerca de 700 famílias se dedicam à produção da tilápia. “Temos enfrentado dias difíceis, sem trabalho e renda, com dívida de custeio nos bancos para compra de ração e alevinos, e de investimento para aquisição de gaiolas”, disse a piscicultora e presidente da Associação de Produtores de Tilápia do Sítio Jardim, Auricélia Custódio Caetano.
Este ano, no fim da recente quadra chuvosa, não houve recarga significativa do reservatório, que acumula 9,4% de sua capacidade. No Açude Castanhão, o maior do estado, a produção de tilápia, peixe que conquistou os consumidores, também caiu mais de 90%.
O Castanhão, que no início deste ano acumulava 2,5%, ainda está com menos de 9%. O aumento trouxe esperança para um grupo de piscicultores, que, no entanto, esbarram na falta de capital para retomar a atividade.
Entre 2013 e 2017, o Ceará passou de segundo maior produtor de tilápia do Brasil para a 20ª colocação. Como consequência, o Ceará está importando tilápia da Bahia, Pernambuco e Piauí.