Agrotins 2013 / Feira também expõe novidades tecnológicas para a aquicultura

Por:
Jomar Carvalho Filho


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Milhares de profissionais que atuam nos diversos nichos do agronegócio brasileiro, estiveram reunidos na 13ª edição da Agrotins – Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins, realizada entre os dias 7 a 11 de maio, em Palmas, com o tema “Pecuária, com Tecnologia e Sustentabilidade’”. A maior feira da Região Norte do Brasil acontece anualmente às margens do Lago da UHE Luís Eduardo Magalhães, também conhecido como Reservatório do Lajeado, dentro do Centro Agrotecnológico. A Agrotins 2013 atraiu um total de 469 empresas e 73.167 visitantes, incluindo pequenos produtores, que chegaram em caravanas viabilizadas pela organização. O mega evento é promovido pelo Governo do Estado, por meio da Seagro – Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, e suas vinculadas – Adapec, Ruraltins e Itertins – em parceria com instituições públicas, iniciativa privada e entidades de classe ligadas ao setor produtivo.


Espaço do Peixe 

Quem visitou a Agrotins esse ano pode conferir as novidades tecnológicas trazidas pelas empresas que estavam expondo no Espaço do Peixe, um local destinado aos produtos e equipamentos voltados para a aquicultura. Além disso, foi possível assistir no auditório montado nesse espaço, a um curso sobre os aspectos gerais da piscicultura para as espécies nativas, dividido em quatro módulos, ministrados por pesquisadores da Embrapa Aquicultura e Pesca, cuja sede está sendo construída em Palmas.

Palestras técnicas também atraíram produtores, técnicos e estudantes, como a ministrada pelo engenheiro de aquicultura Lucas Welsh de Miranda, da empesa Escama Forte, que falou sobre os aspectos comerciais que envolvem a criação de peixes em tanques-rede. Esse sistema intensivo de cultivo tem despertado muito interesse entre os produtores da região desde que foram oficialmente criados os parques aquícolas da Represa do Lajeado. Para atender a grande demanda por informações sobre esse sistema de cultivo, os organizadores convidaram o consultor Juan Ortega Torrejon para falar sobre a planificação estrutural e cultivo em tanques-rede.

O Espaço do Peixe contribuiu para que não só os piscicultores, mas também aqueles que vislumbram fazer parte da atividade pudessem se atualizar em relação aos produtos destinados ao setor. Dentre as inovações tecnológicas apresentadas aos visitantes merece destaque a linha de produtos para a aquicultura da Sansuy. Na ocasião Marcelo Castagnolli e Rodrigo Massao Tiba, recepcionavam o público ao redor de um sistema de recirculação feito no Vinitank, um tanque pré moldado de PVC flexível desenvolvido pela Sansuy especificamente para a produção de organismos aquáticos. A empresa também levou especialmente para o evento seu tanque-rede circular chamado de Vinitanq, que foi montado nas águas da represa atraindo a atenção de todos os visitantes.

Parques aquícolas 

Durante o evento, o presidente do Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins, Alexandre Tadeu, garantiu que até julho seriam emitidas as licenças necessárias para implantação do Parque Aquícola do Lajeado, que fará com que o Tocantins seja um dos maiores produtores de peixe do País. A promessa foi cumprida, com a emissão das licenças necessárias para implantação do projeto que prevê a instalação de dez parques aquícolas nos municípios que compõem o entorno do lago formado no reservatório da Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães: Palmas, Porto Nacional, Brejinho de Nazaré, Lajeado, Miracema, Tocantínia e Ipueiras. De acordo com informações divulgadas pelo MPA baseadas em dados da Secretaria de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura do Ministério, já na primeira fase os parques aquícolas apresentarão receita na ordem de R$ 516 milhões. A estimativa considera a produção de 135 mil toneladas de pescado ao ano.

Atualmente cerca de 1.000 piscicultores atuam no Tocantins, que tem aproximadamente 2.500 ha de viveiros e açudes/barragens. As principais espécies são tambaqui, caranha, piau, pirarucu, matrinxã, cachara e os híbridos, tambatinga, pintado do amazonas e tambacu. A produção prevista para 2013 é de 12.000 toneladas. Apesar da piscicultura comercial (formal e informal) estar difundida em pelo menos 70% dos 139 municípios do estado, atualmente mais da metade da produção é originária da região sudeste do estado, principalmente do município de Almas.

Um estudo realizado pela Seagro mostra que o Estado do Tocantins tem um potencial para produzir cerca de 251.000 toneladas anuais – 136 mil no Reservatório do Lajeado, 40 mil em lagos estaduais e 75 mil em açudes e viveiros. Atualmente o estado conta com nove laboratórios de produção de alevinos, uma fábrica de ração no município de Almas que atende ao consumo interno do projeto Tamborá e quatro frigoríficos para abate de peixe com Serviço de inspeção federal – SIF. Estima-se que 2.500 pessoas estejam envolvidas diretamente na atividade e 5.000 indiretamente. Segundo a mesma fonte, na cadeia do pescado cultivado do Estado do Tocantins já circulam anualmente cerca de 150 milhões de reais.