ALEVINOS FEITOS EM CASA

A cada dia aumenta mais o número de piscicultores que preferem ter sua própria produção de alevinos.

As primeiras incubadoras foram introduzidas no Brasil há mais de 40 anos, e os primeiros modelos, as pequenas câmaras utilizadas na base de Lima Campos no Ceará, evoluíram até os dias de hoje com os modelos húngaros de excelente performance aliada à simplicidade de uso.

As incubadoras húngaras são fabricadas em fibra de vidro, leves e fáceis de transportar. A mais procurada é a incubadora de 60 litros, medindo 95 cm de altura, com um diâmetro interno de 30 cm, normalmente instaladas em série e recebendo água de uma fonte comum.

No mercado brasileiro podemos encontrar diversos fabricantes desses e de outros modelos compatíveis com o padrão de qualidade desejado pelos produtores de alevinos mais exigentes.

FORMA

A forma cilindro-cônica das incubadoras modernas servem para determinar o movimento suave e contínuo que os ovos devem ter dentro das incubadoras ao longo do período de incubação. Ao entrarem em contato com a corrente ascendente de água que vem do fundo do cone, eles se distanciam e rolam lentamente pelas laterais da incubadora até se acomodarem novamente no fundo e iniciarem nova trajetória.

O fluxo de água deve ser suave, pois o impacto mecânico causado por um fluxo repentino pode destruir os ovos. É indicado para incubadoras de 60 l um fluxo de 4-5 l por minuto e para a de 200 l 7-10 l /min.

DETALHES

As incubadoras devem ter paredes internas perfeitamente lisas e bem acabadas de modo a não guardarem sujeiras que podem se transformar em focos para o desenvolvimento de fungos e bactérias e todos os ovos “gorados” ou mortos devem ser retirados, pois constituem em excelente meio de cultura para esses microorganismos. As impurezas e os sólidos em suspensão na água devem ser removidos antes de entrarem na incubadora. Para isso, o ideal é a utilização de filtros especiais ou malhas de nylon-técnico com baixa micragem.

Os ovos infectados devem ser tratados diariamente com 5 partes por milhão (ppm) de verde-malaquita (isento de zinco) por 30 a 60 minutos. No tratamento a água deve estar na temperatura ideal para incubação (23ºC para carpas e 26-28 para peixes tropicais). Para o manuseio desse produto químico, devem ser usadas luvas de borracha, pois o verde-malaquita é absorvido pela pele e pode causar danos.

ECLOSÃO

Após a eclosão dos ovos de tambaqui, pacu e pirapitinga as larvas, por não terem ainda bexiga natatória ficam nadando ativamente em direção à superfície e afundam por não conseguirem se manter. Esta fase dura aproximadamente três dias. Após esse período começam a nadar obliquamente e desenvolvem a boca, tubo digestivo e ânus. Ao nadarem na superfície captam pequenas bolhas de ar para iniciar o funcionamento da bexiga natatória. Até este estágio é necessária a utilização de telas de nylon-técnico de 600 micra para que não haja perdas dos animais. A qualidade dos materiais utilizados bem como o correto manejo das incubadoras têm trazido lucros a diversos piscicultores além da grande satisfação de poderem certificar-se da qualidade de seus alevinos “feitos em casa”.