Aliança Global para a Aqüicultura realiza mais um encontro de sucesso

Palestrantes enfatizam a importância de cooperação para a solução de problemas comuns

A Aliança Global para a Aqüicultura (GAA, na sigla em inglês), uma associação internacional sem fins lucrativos, que se dedica ao progresso da aqüicultura de forma ambiental e socialmente responsável, realizou, pela primeira vez, e com grande sucesso, o Global Aquaculture Fish Outlook (Panorama Global da Piscicultura, GAFO, na sigla em inglês). A conferência, exclusivamente voltada para a comercialização de peixes, foi realizada em maio passado, em Chicago (USA), e contou com a participação de 108 delegados representando vários grupos dos mercados das Américas, Europa e da Ásia.

Os palestrantes falaram basicamente sobre o mercado mundial que tanto tem pressionado os produtores, dos preços em declínio causados por conflitos entre a pesca e a aqüicultura e, sobre as disputas entre órgãos reguladores e ONG’s ambientais.

Durante as discussões os palestrantes enfatizaram a cooperação para a solução de problemas comuns entre os setores envolvidos, e frisaram a importância da divulgação constante dos benefícios à saúde, provenientes de uma alimentação com base nos pescados.

As palestras apresentadas no GAFO, segundo informações enviadas por George Chamberlain, presidente do GAA, iniciaram com um resumo dos principais grupos de espécies de peixes. Assim, os especialistas descreveram os sistemas e atuais níveis de produção, restrições e oportunidades de negócios que podem ser desenvolvidos com o catfish americano, truta arco-íris, tilápia, salmão do Atlântico, entre outras espécies.

Com relação à produção anual de salmão cultivado, Bert Bachman, da empresa Salmon of the Américas, disse que no ano de 2010 a produção deverá ser próxima ao dobro da atual, e provavelmente atingirá 2,5 milhões de toneladas. No entanto, os preços já caíram cerca de 68% desde 1987, chegando, nesse ano, ao redor de US$ 4,95/libra (US$ 10,91/kg).

A Europa é atualmente o principal consumidor mundial de salmão, e espera-se que, até o fim de 2010, esse continente se mantenha na liderança sobre os Estados Unidos e o Japão, apesar do consumo de salmão estar crescendo rapidamente no mercado norte-americano já que, desde 1995, em decorrência do declínio dos preços, houve um aumento de 264% no consumo.

Houve consenso entre os expositores de que é grande a dependência da farinha de peixe nos alimentos balanceados e apostam na breve redução do seu uso nas dietas dos peixes, como forma de garantir a sustentabilidade da indústria de pescados. Durante o encontro, foram revisadas algumas leis ambientais e também leis que abrangem a segurança e a qualidade dos pescados com especial atenção aos contaminantes químicos, o uso de drogas, os tratamentos não aprovados e a rastreabilidade dos pescados.

Sobre o tema “problemas comerciais”, Warren Connelly da Akin Gump Strauss Hauer & Feld LLP, abordou alguns dos exemplos recentes de disputas norte-americanas, envolvendo negócios de importação do crawfish, salmão, carne de caranguejo, catfish e camarões. O palestrante advertiu, porém, que as disputas comerciais devem continuar.

O representante da Nutreco Holding N.V, Wout Dekker, convidado especial para a palestra de abertura, comentou com presentes os sonhos da aqüicultura de seguir crescendo de forma sustentável, e os pesadelos decorrentes dos erros e da má administração. Sobre o que está reservado para o futuro, disse que dependerá apenas de como a indústria lidará com esses sonhos e pesadelos, e do sucesso nas tentativas de ganhar a confiança do consumidor através do diálogo e da parceria.