Aquaciência 2018 mostra experiências bem-sucedidas para a carcinicultura brasileira

A carcinicultura marinha vive um momento de reinvenção. Desde 2015, quando a mancha branca derrubou a produção brasileira, a necessidade de inovação nos processos produtivos é tida como a mais importante alternativa para a retomada da produção em bases estáveis. Nesse sentido, o que se vê são múltiplas frentes de trabalho que, obrigatoriamente, vão desembocar em uma renovada carcinicultura brasileira.

O painel “Inovações na carcinicultura marinha”, realizado nesta terça, 18, no Aquaciência 2018, que acontece em Natal, RN, até esta quinta-feira, 20, retratou esse momento. Dariano Krummenauer, professor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), abordou o cultivo de camarões em sistemas de baixa renovação de água. Segundo Dariano, a baixa ou nenhuma renovação de água somada a práticas de biossegurança, fazem parte de um caminho sem volta para que o país possa produzir camarão convivendo com as doenças.

Daniel Lanza, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), falou especificamente sobre o controle de doenças virais que afetam a atividade. Ele destacou diversos aspectos de manejo, dentre os quais os cuidados com as densidades populacionais nos viveiros e o melhoramento genético para obtenção de larvas mais tolerantes à mancha branca.

Já Luiz Henrique Peregrino, da Camanor, fez uma exposição dos resultados do Sistema Aquascience. Em uma área de aproximadamente 44 hectares, a empresa atingiu em fevereiro desse ano a produtividade de 74,3 toneladas por hectare por ciclo.

Segundo ele, o segredo está na otimização do ambiente dos criatórios. Ao invés de focar suas preocupações na mancha branca, o trabalho da empresa foca estabilidade nos parâmetros físico-químicos da água. O Sistema Aquascience é fechado e a água passa por um tratamento onde a presença da tilápia é estratégica. Com os parâmetros da água sofrendo mínima ou nenhuma variação, o camarão torna-se menos suscetível a doenças.