A indústria da carcinicultura tem se modificado muito nos últimos oito anos, seja para se adaptar ao aparecimento das doenças, legislação ambiental rigorosa no uso de áreas costeiras e mudanças climáticas, ou ao poder aquisitivo do consumidor do camarão, que chega caro no final da cadeia.
Uma destas adaptações se refere ao uso das áreas interiores com água doce, para criação de camarões em viveiros ou tanques de dimensões bem inferiores aos grandes viveiros abertos até então utilizados.
A título de ilustração, em 2011 as vendas da Aquatec para salinidades entre 2 e 10‰ (ppt) foram da ordem de 25%, em contraste com o ano de 2019, cujas vendas para esse segmento já representam 60% das vendas da empresa.
Para este aumento de demanda de pós-larvas aclimatadas Aquatec constrói estrutura para melhor atender vendas de pós-larvas em baixas salinidades em salinidades mais baixas e para atender unidades de engorda menores, a Aquatec criou a “Central de aclimatação de pós-larvas para salinidade baixa”, instalações com 24 tanques de 14m³, em galpão coberto, com aquecimento. As pós-larvas são produzidas em raceways de 55m³, e quando em PL7 são redistribuídas para a central de aclimatação, em quantidades
entre 300.000 e 600.000 para serem aclimatadas para as salinidades mais baixas.
Segundo a sócia-diretora da Aquatec, Ana Carolina Guerrelhas, esta estratégia diminuiu muito os descartes por falta de venda num dia, bem como tem possibilitado uma aclimatação quase personalizada para cada pedido de compra em salinidade baixa. “Mudanças de rumo requerem mudanças de atitude”, afirma Ana Carolina.