As atividades aqüícolas abrangem diferentes cultivos, envolvem conhecimentos variados em função das espécies exploradas e, talvez por isso, as pessoas que atuam nesse vasto campo de atividades econômicas, sobretudo capaz de se tornar numa das fontes mais ricas de produção de proteína animal, ainda não tenham buscado uma forma mais eficiente e econômica de atuação.
O que observamos são iniciativas e ações isoladas dos aqüicultores, seja no enfrentamento de problemas, muitas vezes comuns, seja na procura de soluções relacionadas com necessidades de insumos e equipamentos ou de processos mais racionais e seguros de comercialização dos seus produtos. Tradicionalmente, em outras atividades onde predominam pequenos produtores, as formas associativistas, através de associações e de cooperativas, têm demonstrado boa eficiência em alguns dos setores e excelente em outros. É com a união de esforços para encontrar soluções de necessidades e viabilizar interesses mais ou menos comuns que produtores agrícolas – soja, arroz, trigo etc., pecuaristas – gado de corte e leite – e avicultores, além de outros, conseguiram avanços técnicos consideráveis e retorno econômico-financeiro satisfatório, apesar das medidas governamentais de controle de preços.
Felizmente, há cerca de quatro anos, o setor aqüícola brasileiro rompeu o isolamento, quase generalizado dos seus integrantes com a criação da Associação Brasileira de Truticultores – ABRAT. Como tudo que é pioneiro e inovador, esses primeiros anos de vida têm sido marcados por muitas dificuldades e mesmo falta de compreensão e apoio efetivo de alguns. Contudo a força da ABRAT passou do sonho para a realidade e a truticultura brasileira caminha a passos largos e já registra ganhos significativos sobre vários aspectos, destacando-se inovações tecnológicas e economia de escala, esta resultante da ampliação e desenvolvimento da própria atividade que passou a despertar interesse em setores da indústria para produzir insumos e equipamentos apropriados aos cultivos, além de serviços que começam a ser direcionados para o setor.
Nesses quatro anos de vida, dirigentes e integrantes da ABRAT têm demonstrado o quanto vale o esforço comum em benefício de todos. Exemplos disso são numerosos, mas a citação da demonstração da máquina de eviceração de trutas, desenvolvida pelo associado Peter Gottschalk, comprova o quanto podem ganhar as pessoas que participam de sistemas associativos bem estruturados. Acompanhando o crescimento da produção de trutas em todo o país e buscando soluções compatíveis com a evolução do setor, a ABRAT já colocou em funcionamneto a sua central de compras que proporciona vantagens e facilidades aos associados na aquisição de alguns insumos. Atentos aos problemas e necessidades do futuro, dirigentes e sócios atuantes começam a buscar soluções que garantam a credibilidade no produto com a criação do “Selo de Qualidade ABRAT, que deverá distinguir as trutas procedentes de criatórios dos associados. Além disso, estão em estudos a criação do Fundo de Marketing e Pesquisa que atuará no apoio e desenvolvimento da atividade. Outra iniciativa louvável é a preocupação com o preço da truta de forma a garantir retorno satisfatório, capaz de cobrir despesas de custeio e possibilitar novos investimentos. Para esta questão estão em discussão propostas de criação de “Centrais de Vendas” ou formação de cooperativas regionais de criadores. Por tudo que já fez e pelo que vem se propondo a fazer que dizemos que a ABRAT é uma associação vitoriosa. Para entrar em contato com a ABRAT escreva para Praça XV de Novembro, 2 sala 426- Rio de Janeiro, RJ- CEP 20.010 ou disque (021) 2214911 Elcio Rocha – Jornalista