Uma forte estratégia de divulgação junto com a COABA – Cooperativa de Aqüicultores da Bahia, sediada no município de Ibirataia, foi a fórmula encontrada pela Bahia Pesca para sensibilizar, para o consumo da tilápia, segmentos que aliam poder de compra a um maior número de pessoas, como bares, restaurantes, hotéis, feiras e eventos.
A iniciativa decorreu de um estudo qualitativo desenvolvido pela Bahia Pesca na Região de Salvador em 1998, elaborado em função do desconhecimento da potencialidade da tilápia, espécie escolhida pela empresa como chave para o desenvolvimento de alguns projetos no Estado, entre eles o Pólo de Desenvolvimento de Paulo Afonso.
As razões que levaram a Bahia Pesca a centrar seus esforços nesta região foram o fato de Salvador ser capital do estado, ser também um grande pólo turístico, além do poder aquisitivo da população e o tamanho da região metropolitana. A partir de uma pesquisa desenvolvida através de discussões de grupos divididos por faixa etária e renda, foram analisados os hábitos alimentares, o consumo de carnes, o consumo de peixes, e o consumo de peixe de água doce em especial. O estudo incluiu ainda uma degustação do produto, que resultou na conclusão de que antes da degustação havia total restrição ao peixe de água doce, mas após a degustação, foi verificada uma total aceitação do produto apresentado.
Apesar de apreciada, a tilápia esbarrou com sérios entraves na comercialização. Para superar o problema, as duas entidades realizaram diversas visitas e promoveram eventos de degustação junto aos chefs de cozinha e nutricionistas, com a intenção de apresentar a potencialidade da piscicultura, a qualidade das espécies cultivadas e os beneficiamentos empregados, ao mesmo tempo em que o produto era negociado. Foram promovidas também matérias explorando as vantagens da inclusão da tilápia nos cardápios em jornais da categoria, como o Sindinews, a publicação do Sindicato de hotéis, restaurantes, bares e similares da Cidade de Salvador.
Segundo a Bahia Pesca, após as degustações realizadas não se registrou nenhum impedimento do ponto de vista culinário e nutricional para que o peixe fosse utilizado inclusive em refeições industriais, porém o baixo preço da refeição neste segmento, limitou o acesso do produto, em função dos seus custos de produção. Com relação à rede hoteleira, o preço médio de R$ 9,00/kg de filé, foi considerado compatível com a qualidade do produto apresentado.
A Bahia Pesca participou ainda de algumas feiras e eventos em localidades consideradas importantes para a divulgação do produto, como por exemplo, Porto Seguro, onde a Cooperativa pôde apresentar a mesma estratégia utilizada na Região Metropolitana de Salvador.
Estas estratégias não garantiram contudo, o escoamento total da produção da Cooperativa, mas tornou o produto mais conhecido por segmentos de refeições e abriu as portas para realização de outros trabalhos, como os convênios assinados com universidades. A UFBA – Universidade Federal da Bahia firmou parcerias para análise e adequação das rações utilizadas no Estado, visando a diminuição dos teores de gordura encontrados no pescado, cujos valores extrapolam a literatura existente e fogem aos parâmetros do mercado de exportação e, a UNEB- Universidade Estadual da Bahia ratificou o seu interesse em dar assistência aos produtos, realizando análises físico-química e microbiológica do pescado produzido.