Berbigão poderá ser cultivado

Pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) estudam o desenvolvimento de sementes de berbigão Anomalocardia brasiliana em laboratório para serem cultivadas. A proposta é de identificar o melhor período do ano para realizar a produção das larvas do molusco, também conhecido como vôngole, a melhor densidade de cultivo e periodicidade em que devem ser feitas as trocas de água durante a etapa de produção de larvas e a melhor metodologia de cultivo para que o molusco atinja o tamanho comercial.

Segundo o pesquisador Gilberto Caetano Manzoni, do Laboratório de Pesquisas de Moluscos do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar/Univali), é necessário o desenvolvimento de uma tecnologia de produção de sementes em laboratório para viabilizar não somente o cultivo mas a recuperação dos estoques naturais. O CTTMar/Univali trabalha desde 2005 com os berbigões e é pioneiro na produção de suas larvas em laboratório no Brasil.

Segundo os resultados já levantados, o processo de metamorfose inicia no décimo dia, quando as larvas se transformam em plantígradas bentônicas ou pré-sementes, nos próprios tanques de larvicultura, não necessitando de substratos adicionais para completar esta metamorfose. No décimo sétimo dia, as larvas apresentam em torno de 300 micras (0,3mm) e já é possível diferenciar os sifões exalante e inalante e, com 57 dias, as sementes apresentam o comprimento de 1mm.

O berbigão ajuda na renda de 25 famílias e é fonte de renda para diversas famílias da Grande Florianópolis e os principais compradores são de outros estados, quase sempre de São Paulo. O preço do quilo do berbigão/vôngole fica entre R$ 5,00 e R$ 6,00 e, nas peixarias da Capital chega a R$ 7,00 ou R$ 8,00.