Em setembro último, Alberto Werneck de Figueiredo, Secretário de Agricultura, Abastecimento e Pesca do Rio de Janeiro, esteve a frente da Missão de Pesca e Aqüicultura do Estado do Rio de Janeiro a Cuba, na qual participaram também Leo Nascimento e Silvia Reis P. Mcllo, respectivamente presidente e diretora de pesquisa e produção da Fundação lnstituto de Pesca do Rio de Janeiro – FlPERJ.
Atualmente, das 85.000 toneladas anuais de pescados produzidas em Cuba, 60.000 são provenientes da pesca marítima e 25.000 da aqüicultura. Com um consumo anual per capta de 12 kg de pescado/ano (em Havana 18 kg), o país ainda importa 40.000 toneladas anuais de pescados para atender suas necessidades.
Visto que a pesca já atinge hoje sua produção máxima, os cubanos vêem no desenvolvimento da aqüicultura, o único caminho para atender sua demanda interna e já prevêem para 1995 uma produção de 32.000 toneladas de pescados cultivados, sendo 45% tilápias, pretendendo chegar ao ano 2.000 com uma produção ao redor de 100.000 ton./ano.
A produção de tilápias e carpas é feita de forma extensiva, com produtividades variando de 200 a 300 kg!ha/ ano, apoiada numa produção anual de 200 milhões de alevinos. O filé da tilápia é exportado e suas vísceras são utilizadas para ração de suínos.
A carcinicultura cubana utiliza a espécie Pennaeus schmitti e a utilização da espécie P. vannamei encontra-se sob estudo, devido aos problemas ocorridos no Equador com a Síndrome de Taura. Áreas com potencial de cultivo já foram demarcadas e o governo cubano procura associação com o capital estrangeiro.
A ostreicultura cubana conta com um centro de produção de sementes de Crassostrea rizophorae.
Além da aqüicultura, a missão brasileira, conheceu de perto a indústria pesqueira cubana e várias propostas de parcerias foram sugeridas nas inúmeras reuniões comas autoridades locais. Entre as propostas ligadas a aqüicultura destacam-se o intercâmbio de técnicos visando a troca de tecnologia na produção de sementes de ostra-do-mangue, o desenvolvimento da criação de camarões marinhos em Cuba em convênio com a iniciativa privada do Rio de Janeiro e a utilização da rede comercial cubana no Mercado Comum Europeu para a colocação de produtos brasileiros. Além disso, Cuba possui grande interesse na ranicultura brasileira visto que as rãs atualmente exportadas por Cuba para o Japão são provenientes da caça com níveis de captura caindo ano após ano. Para se ter uma idéia, em 1974 foram capturadas 900 toneladas de rãs e, em 1993, 19 anos após, Cuba capturou somente 51,5 toneladas.