ALGUMAS INDICAÇÕES PARA A AQÜICULTURA
A cólera está se expandindo no Brasil e Robert Steven Krasnow convive de perto com este quadro. Robert é presidente da ABCC – Associação Brasileira dos Criadores de Camarão e carcinicultor do Município de São Bento na Paraíba, um dos focos da doença no estado.
É acreditando que o esclarecimento é uma das melhores armas para se combater esta epidemia que o Panorama da AQÜICULTURA solicitou a ele informações a respeito das medidas tomadas pela ABCC para enfrentar o problema. Uma delas foi convidar a Dra. Nelma do Carmo Faria do Instituto de Saúde do Distrito Federal, para proferir uma palestra na última Assembléia Geral da ABCC visando esclarecer os associados. Segue um apanhado das informações desta palestra enviadas pela ABCC à todos os aquacultores brasileiros. Estamos vivendo a sétima pandemia de cólera, que teve seu início em 1961 e chegou ao Brasil pela Amazônia.
A cólera é produzida por um vibrião. Existem mais de 60 tipos de vibriões e apenas o víbrio Cholerae produz a doença cólera. Existem dois biotipos desse vibrião: o víbrio Cholerae clássico e o vibrio El Tor. O tipo clássico, que foi responsável pelas maioria das pandemias, ao atacar as pessoas, produz um quadro clínico mais agressivo que o tipo El Tor. O El Tor, que é responsável pela atual pandemia, provoca um quadro menos grave e, portanto, um índice de mortalidade menor. No entanto, o víbrio El Tor sobrevive mais tempo no meio ambiente e é mais resistente aos agentes químicos. Um boletim sobre a cólera, editado pelo Ministério da Saúde, informa: “O vibrião colérico é um germe frágil, que suporta mal certas condições desfavoráveis, como dessecamento, a exposição à luz solar e a competição com outros organismos”. Neste último caso, em associação com outros germes, patogênicos ou não, perde na competição.
A forma de contaminação é sempre pela ingestão de alimentos ou água contaminada. A contaminação se dá pelas fezes ou vômito de uma pessoa contaminada, pois o reservatório do vibrião é sempre o ser humano. Isto significa que os animais não se infectam com os germes, apenas o homem. O vibrião não sobrevive em meio ácido. Um pH de 4,5 é letal para o germe. O seu meio de cultura mais favorável é um meio alcalino. Isto influi na dose infestante. Uma pessoa com estômago mais alcalino já se infecta com a ingestão de 1.000 vibriões, enquanto que uma pessoa que tem muita acidez estomacal só se infecta com a ingestão de 100.000.000 a 10.000.000.000 de vibriões.
A temperatura ideal para o seu desenvolvimento é de 32 a 35 graus centígrados. Sobrevive, no entanto, em temperaturas entre 0 e 60 ºC no meio ambiente. O congelamento rápido (nitrogênio líquido) pode preservar o vibrião. O congelamento lento, normal, pode matar o vibrião pela formação de cristais de gelo. O período de incubação vai de algumas horas até 5 dias. No caso do víbrio El Tor, existem portadores assintomáticos, que não desenvolvem a doença mas a transmitem por um período de 7 a 10 dias. Existem até doentes crônicos que podem passar anos transmitindo o vibrião pois este pode atravessar o intestino e se localizar no pâncreas. A transmissibilidade dos germes se dá através dos alimentos e da água. No entanto outros vetores como ratos, baratas e moscas, podem contaminar os alimentos e, por via destes, o homem. O tratamento é feito com antibiótico (tetraciclina), devendo o paciente ser re-hidratado. O ser humano não adquire resistência à cólera. A contaminação em peixes e crustáceos só se dá na superfície, não contaminando a carne. O vibrião fica nas escamas, no exoesqueleto, nas brânquias e guelras dos animais aquáticos.
Os vibriões são lábeis quanto à ação de desinfetantes clorados, fenóis e quaternários de amônio. Lembrar que o uso de formol é proibido nos produtos destinados ao abate para consumo. Assim, o melhor tratamento para os alimentos é com produtos clorados. Outra forma é a fervura por um período mínimo de 10 minutos, pois o vibrião não resiste à temperatura de 56 ºC durante 10 minutos. Assim será preciso assegurar que esta temperatura seja atingida em todos os pontos onde o vibrião poderia estar alojado (ex. trato intestinal de camarões).
À temperatura ambiente, o vibrião pode resistir até 19 dias em água doce e de 10 a 13 dias em água do mar. Em temperaturas mais baixas, pode viver até 60 dias nesses ambientes. Em água poluída a sua sobrevivência é de apenas um dia. No entanto, não se reproduzem fora do sistema digestivo do homem. Nos alimentos a vida do embrião vai de 2 a 5 dias em peixes e crustáceos; 1 a 7 dias em vegetais; 7 a 14 dias no leite e derivados. No caso de resfriamento (geladeira) a vida do vibrião pode se prolongar até 14 dias, lembrando que o congelamento rápido poderá prolongar bastante a viabilidade do vibrião. Em viveiros de peixes e camarões que tenham sido contaminados, o pessoal deverá ser instruído para o uso de máscaras, evitando ingerir água do viveiro, devendo banhar-se com água tratada, após o trabalho. O pescado deve ser tratado de acordo com as normas do Serviço de Inspeção Federal, nos casos do comércio interestadual e internacional, ou de acordo com as normas da Vigilância Sanitária dos estados e Municípios, quando se destinarem ao consumo interno no estado.
Estamos vivendo a sétima pandemia de cólera, que teve seu início em 1961 e chegou ao Brasil pela Amazônia. A cólera é produzida por um vibrião. Existem mais de 60 tipos de vibriões e apenas o víbrio Cholerae produz a doença cólera. Existem dois biotipos desse vibrião: o víbrio Cholerae clássico e o vibrio El Tor. O tipo clássico, que foi responsável pelas maioria das pandemias, ao atacar as pessoas, produz um quadro clínico mais agressivo que o tipo El Tor. O El Tor, que é responsável pela atual pandemia, provoca um quadro menos grave e, portanto, um índice de mortalidade menor. No entanto, o víbrio El Tor sobrevive mais tempo no meio ambiente e é mais resistente aos agentes químicos. Um boletim sobre a cólera, editado pelo Ministério da Saúde, informa: “O vibrião colérico é um germe frágil, que suporta mal certas condições desfavoráveis, como dessecamento, a exposição à luz solar e a competição com outros organismos”. Neste último caso, em associação com outros germes, patogênicos ou não, perde na competição. A forma de contaminação é sempre pela ingestão de alimentos ou água contaminada.
A contaminação se dá pelas fezes ou vômito de uma pessoa contaminada, pois o reservatório do vibrião é sempre o ser humano. Isto significa que os animais não se infectam com os germes, apenas o homem. O vibrião não sobrevive em meio ácido. Um pH de 4,5 é letal para o germe. O seu meio de cultura mais favorável é um meio alcalino. Isto influi na dose infestante. Uma pessoa com estômago mais alcalino já se infecta com a ingestão de 1.000 vibriões, enquanto que uma pessoa que tem muita acidez estomacal só se infecta com a ingestão de 100.000.000 a 10.000.000.000 de vibriões. A temperatura ideal para o seu desenvolvimento é de 32 a 35 graus centígrados. Sobrevive, no entanto, em temperaturas entre 0 e 60 ºC no meio ambiente. O congelamento rápido (nitrogênio líquido) pode preservar o vibrião. O congelamento lento, normal, pode matar o vibrião pela formação de cristais de gelo. O período de incubação vai de algumas horas até 5 dias. No caso do víbrio El Tor, existem portadores assintomáticos, que não desenvolvem a doença mas a transmitem por um período de 7 a 10 dias. Existem até doentes crônicos que podem passar anos transmitindo o vibrião pois este pode atravessar o intestino e se localizar no pâncreas. A transmissibilidade dos germes se dá através dos alimentos e da água. No entanto outros vetores como ratos, baratas e moscas, podem contaminar os alimentos e, por via destes, o homem. O tratamento é feito com antibiótico (tetraciclina), devendo o paciente ser re-hidratado. O ser humano não adquire resistência à cólera.
A contaminação em peixes e crustáceos só se dá na superfície, não contaminando a carne. O vibrião fica nas escamas, no exoesqueleto, nas brânquias e guelras dos animais aquáticos. Os vibriões são lábeis quanto à ação de desinfetantes clorados, fenóis e quaternários de amônio. Lembrar que o uso de formol é proibido nos produtos destinados ao abate para consumo. Assim, o melhor tratamento para os alimentos é com produtos clorados. Outra forma é a fervura por um período mínimo de 10 minutos, pois o vibrião não resiste à temperatura de 56 ºC durante 10 minutos. Assim será preciso assegurar que esta temperatura seja atingida em todos os pontos onde o vibrião poderia estar alojado (ex. trato intestinal de camarões). À temperatura ambiente, o vibrião pode resistir até 19 dias em água doce e de 10 a 13 dias em água do mar. Em temperaturas mais baixas, pode viver até 60 dias nesses ambientes.
Em água poluída a sua sobrevivência é de apenas um dia. No entanto, não se reproduzem fora do sistema digestivo do homem. Nos alimentos a vida do embrião vai de 2 a 5 dias em peixes e crustáceos; 1 a 7 dias em vegetais; 7 a 14 dias no leite e derivados. No caso de resfriamento (geladeira) a vida do vibrião pode se prolongar até 14 dias, lembrando que o congelamento rápido poderá prolongar bastante a viabilidade do vibrião. Em viveiros de peixes e camarões que tenham sido contaminados, o pessoal deverá ser instruído para o uso de máscaras, evitando ingerir água do viveiro, devendo banhar-se com água tratada, após o trabalho. O pescado deve ser tratado de acordo com as normas do Serviço de Inspeção Federal, nos casos do comércio interestadual e internacional, ou de acordo com as normas da Vigilância Sanitária dos estados e Municípios, quando se destinarem ao consumo interno no estado.