Depois do surgimento das enfermidades virais na indústria do cultivo de camarões no Brasil (IMNV no Nordeste e o WSSV no Sul), a UFSC e a EPAGRI, instituições diretamente envolvidas no apoio ao desenvolvimento da carcinicultura em Santa Catarina, coordenaram a organização de um grupo multidisciplinar para o desenvolvimento de ações de controle e prevenção de enfermidades no cultivo de camarões. De 17 a 20 de outubro, em Florianópolis – SC, foi realizado o
Seminário Internacional de Sanidade Aqüícola cujo objetivo foi o de estudar o desenvolvimento de ferramentas que deverão apoiar as autoridades sanitárias e o setor produtivo a enfrentar os problemas relacionados com as enfermidade, em especial a mancha branca. Estiveram presentes pesquisadores do México (CINOR e CIAD), do Equador (CENAIM), da Colômbia (CENIACUA) e pesquisadores da UFSC, EPAGRI, CIDASC, MAPA, UFRN, EMBRAPA além de estudantes de
pós-graduação, totalizando 85 participantes. As presenças como observadores do Coordenador de Pesquisa da SEAP, Eric Routledge, e do Coordenador de Inclusão Social da área do Agronegócio do MCT, Leonardo Hamú, foram estratégicas para
motivação dos grupos envolvidos. O Seminário Internacional contou com a ajuda Financeira da FINEP, da Pró-Reitoria de Pós-graduação e do Curso de Pós-graduação em Aqüicultura da UFSC, da Epagri e do Sebrae/SC.
Os dois primeiros dias de palestras evidenciaram que o problema das enfermidades virais de camarões nos vários países da América é complexo e necessita da geração de conhecimentos e desenvolvimento de técnicas multidisciplinares para dar suporte ao setor produtivo, o qual também deverá dar a sua contribuição, especialmente no que se refere a adoção dos protocolos de biosegurança e das boas práticas de manejo.
O principal objetivo do Seminário Internacional de Sanidade Aqüícola foi atendido com a formação de um bloco de instituições para dar maior consistência e velocidade aos resultados. As propostas de cooperação estabelecidas focaram o intercâmbio de pesquisadores para fortalecimento dos grupos específicos, o desenvolvimento de pesquisas conjuntas, a validação de técnicas, a troca de material de pesquisa e acima de tudo a criação de um fórum permanente
de intercâmbio técnico-científico.
Um Seminário Nacional já havia sido realizado em abril deste ano, e na ocasião foram apresentadas aos representantes das instituições de fomento (SEAP, FINEP, MAPA, CNPq, FAPESC) o quadro das enfermidades e repercussões, ocasião em que foi também apresentado um Projeto composto por 14 Subprojetos com ações em várias disciplinas visando o apoio financeiro para sua execução. Como resultado deste seminário, representantes da SEAP, do CNPq e da FINEP, assumiram a responsabilidade de articulação interministerial para a viabilização dos recursos necessários. A SEAP e a FINEP já definiram o seu aporte de recursos, que representa 65 % do total de R$ 3,2 milhões solicitado para a condução dos Subprojetos, que abrangem linhas de pesquisa nas áreas de imunologia, melhoramento genético, identificação dos vetores, produção de organismos limpos e resistentes, desenvolvimento de substâncias bioativas, policultivos, probióticos, monitoramento e controle de parâmetros ambientais e ferramentas de diagnóstico rápido.
Entre os 14 Subprojetos, encontra-se o de Cooperação Internacional, entendida como uma necessidade fundamental para permitir o melhor direcionamento das pesquisas, validação de técnicas e metodologias, aquisição correta de equipamentos e materiais, redução do custo das pesquisas e especialmente para somar esforços entre os vários países para mais rapidamente encontrar soluções
para os sérios problemas enfrentados pelo setor produtivo, devolvendo a sua competitividade. A realização do Seminário Internacional de Sanidade Aqüícola, que acaba de ser realizado em outubro último em Florianópolis, é parte dessa estratégia.