Todo final de ano acaba sendo um momento de balanço, de retrospectivas e de projeção de novas metas.
Ao olharmos como caminhou a aqüicultura brasileira no ano de 2007, veremos um saldo bastante positivo. Assistimos a importante retomada da carcinicultura, depois de sofrer o forte impacto das viroses e da política cambial; acompanhamos o sólido crescimento da tilapicultura, principalmente na Região Nordeste, levando atrás de si a indústria de alimentos, que outrora focava na região apenas o camarão marinho; vimos a vitalidade dos criadores de moluscos de Santa Catarina, que ao passarem por uma grande temporada de marés vermelhas e suas algas tóxicas, foram capazes de mostrar amadurecimento profissional ao interagirem com o consumidor, não deixando que a imagem da atividade ficasse abalada; do recôncavo baiano, vieram as boas notícias de que estamos cada vez mais próximos de conquistar a tecnologia da produção em escala de juvenis do bijupirá, permitindo assim, o verdadeiro nascimento da piscicultura marinha no Brasil. E, para fechar o ano aqüícola com chave de ouro, assistimos agora em dezembro a SEAP fazer, pela primeira vez, a licitação e a cessão das áreas dos parques aqüícolas do lago de Itaipu, o que fez com que 73 piscicultores passassem a ser os únicos produtores em águas da União 100% legalizados.
Esses são alguns exemplos que ilustram a vitalidade desse setor, que ainda tem muito o que conquistar, uma vez que sofre com inúmeras dificuldades para avançar no licenciamento ambiental, no acesso ao crédito, no barateamento dos insumos e, principalmente, com a falta de união, que faz com que praticamente não haja nenhuma representatividade oficial da atividade.
Merecem toda a atenção os avisos constantes das autoridades da SEAP, que reclamam que poderiam fazer muito mais pela aqüicultura se recebessem as demandas via entidades representativas bem estruturadas e atuantes. A verdade é que, infelizmente, as associações de produtores e outras entidades estão completamente dispersas e não dispõem de um canal que as una, e que possa repercutir seus interesses.
Portanto, espero que o ano de 2008 chegue despertando o desejo de união entre os profissionais da aqüicultura brasileira e que esses profissionais descubram no dia-a-dia que unidos podem muito mais. Por fim, desejo que o fruto dessa união resulte em abundância de alimentos e prosperidade para todos.
Aproveito esta última edição de 2007 para agradecer a toda equipe que faz essa revista; aos colaboradores, cujos conhecimentos técnicos vêm, através das nossas páginas, ajudando o setor aqüícola a crescer com qualidade; aos nossos parceiros da indústria de produtos e serviços – a maior parte deles companheiros de longa data, cujo patrocínio nos vem permitindo reportar o setor nesses últimos 18 anos e, a você nosso leitor, pelo reconhecimento e carinho que tanto nos estimula. De nossa parte fica a promessa de continuar a trazer mais e melhores informações que possam ajudar no cotidiano de quem está na atividade, contribuindo assim para a profissionalização e solidez da aqüicultura brasileira.
À todos boa leitura e Feliz Ano Novo.
Jomar Carvalho Filho
Biólogo e Editor