Finalizamos mais um ano com grandes conquistas, dentre as quais a criação do MPA merece destaque especial. Este foi, sem sombra de dúvidas, o principal acontecimento que marcou a aquicultura brasileira em 2009, uma antiga reivindicação dos setores aquícola e pesqueiro, que por décadas desejavam uma representação de peso na Esplanada dos Ministérios.
A equipe do ministro Gregolin vem retribuindo aos anseios do setor produtivo e, em 2009, desatou alguns nós que pareciam impossíveis de serem desatados, como é o caso do licenciamento dos empreendimentos em águas da União, tantas vezes cobrado neste editorial, que agora se multiplicam legalmente em muitos reservatórios por todo o país. Merece também ser reconhecida a forte atuação do MPA junto ao Ministério do Meio Ambiente, que resultou na publicação da Resolução CONAMA 413 que trata do licenciamento dos demais empreendimentos aquícolas. O tempo certamente vai mostrar o alcance destas conquistas de 2009.
Para 2010, alguns desafios para o MPA já estão definidos, entre eles a solução para o impasse sobre o uso da metiltestosterona na masculinização de alevinos de tilápias, tema do artigo de Fernando Kubitza, capa desta edição. O que se espera é uma rápida atuação do MPA para que produtores possam trabalhar devidamente legalizados, sem colocar em risco o abastecimento de alevinos para a safra 2010.
Nossas páginas trazem também um artigo sobre o uso de espécies exóticas e a sua relação com a preservação da biodiversidade. Afinal, a produção aquícola brasileira, bem como a agrícola e pecuária, é hoje baseada em espécies que não são nativas. Um olhar maduro sobre o tema é sempre bem-vindo, e para isso convidamos o oceanólogo Antonio Ostrensky, do Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais (GIA), da UFPR, para ajudar os leitores nessa reflexão.
O leitor encontrará ainda um artigo sobre as pesquisas que o Chile está desenvolvendo com suas espécies marinhas nativas, na tentativa de diversificar a sua aquicultura, depois de se dar conta de que 93% das suas vendas do setor dependem da salmonicultura. Publicamos ainda os avanços da pesquisa do Labomar/UFC com Lutjanídeos; o interessante trabalho da Epagri para fazer o controle sanitário dos moluscos cultivados no litoral catarinense e, uma curiosa denúncia sobre um erro detectado por Ricardo Tsukamoto e Neuza Takahashi, na última prova do ENEM.
Quanto a nós, da Panorama da AQÜICULTURA, pretendemos em 2010 estar cada vez mais perto dos nossos leitores, ajudando na profissionalização de todos os envolvidos com a aquicultura brasileira. Mais uma vez tornamos público o nosso agradecimento aos nossos patrocinadores pelo incondicional apoio a esta revista, esperando que nossa parceria continue a dar os bons frutos que sempre deram.
Com os melhores votos de paz e prosperidade em 2010,
desejo a todos os leitores uma boa leitura
Jomar Carvalho Filho
Biólogo e Editor