Na edição passada, em um artigo que abordava a piscicultura no Açude de Orós, o autor Fernando Kubitza aproveitou a oportunidade para pedir ao Ministro do MPA, Luiz Sérgio, que intercedesse junto a todos os órgãos envolvidos no licenciamento da piscicultura do açude, de modo a resolver de uma vez por todas o licenciamento da produção local.
Esse pequeno detalhe no artigo feriu suscetibilidades, gerou correspondências vindas de diversas direções e, mais uma vez, expôs essa ferida aberta, difícil de sarar, que tanto enfraquece a cadeia produtiva aquícola brasileira.
Afinal, por que é tão complicado licenciar empreendimentos aquícolas, já que são tão importantes para o país? Esta e outras perguntas referentes ao licenciamento ambiental foram respondidas, nesta edição, pelo engenheiro de pesca e analista ambiental do CPRH, Assis Lacerda Filho, que tem em seu currículo a participação no primeiro licenciamento de um empreendimento aquícola em águas continentais da União, na barragem de Moxotó, no município de Jatobá (PE), e no primeiro licenciamento aquícola de um empreendimento em águas litorâneas brasileiras, destinado ao cultivo de bijupirá. A interessante entrevista está na página 56.
O leitor encontrará também nesta edição o terceiro e último artigo de uma série que buscou analisar as vantagens e os riscos da produção de peixes híbridos pelos piscicultores brasileiros, um tema até agora pouco discutido tanto pelo governo, gestor responsável pelo fomento da aquicultura, quanto pelo setor produtivo, principal interessado na sustentabilidade dos seus negócios. Neste artigo os pesquisadores da Unesp de Bauru (SP) nos mostram o quanto um cultivo de híbridos conduzido de forma irresponsável pode impactar o meio ambiente, a exemplo das significativas frequências com que os peixes híbridos provenientes de estoques de cultivo, têm sido encontrados em alguns rios das bacias do Paraguai e Paraná.
Também nesta edição, publicamos alguns destaques da piscicultura brasileira em 2011, entre eles o uso de tanques-rede de médio e grande porte. Trazemos ainda um artigo sobre prebióticos, o que eles são e como podem ajudar na saúde e no ganho de peso dos animais cultivados, num trabalho assinado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, e, muitos outros temas pertinentes ao nosso setor.
Esta edição está repleta de conhecimentos profundos e novidades, e é assim que pretendemos seguir neste 2012. Esperamos que o ano que se inicia seja bastante próspero para toda a aquicultura brasileira. Aproveito este espaço editorial para fazer um agradecimento especial a todos os nossos leitores, colaboradores e empresas anunciantes, desejando que nossas parcerias continuem e prosperem, assim como têm sido nos últimos 23 anos.
Uma ótima leitura e um ano de muito sucesso a todos.
Jomar Carvalho Filho
Biólogo e Editor