Editorial – Edição 145

Editorial_Jomar_124O ano está próximo do fim. E que ano! Muitas expectativas, copa, eleições e uma estiagem que não vai deixar saudades em ninguém. Para muitos produtores um ano tenso, de prejuízos, de aborrecimentos e muitas dúvidas sobre a sustentabilidade de alguns empreendimentos. Mas também foi de muito aprendizado.

Quem conseguiu sobreviver na adversidade, certamente aprendeu muito e hoje está mais fortalecido com os novos conhecimentos que adquiriu.

Aprender com os erros e adversidades é uma característica inerente a nossa natureza. Espero até que a polarização que tomou conta do país nas últimas eleições também sirva de aprendizado. Conviver com as diferenças é tão difícil quanto necessário. Quem de nós não descobriu, no calor da campanha eleitoral, arroubos de insanidade na boca de alguns amigos e parentes? Opiniões que jamais imaginávamos que estivessem encarceradas no coração e na mente de pessoas que tanto estimamos. Lidar com isso requer respeito, sabedoria e aprendizado, além de ser a base do convívio democrático.

Aprender é a palavra. O conhecimento muda, transforma, fecunda e faz crescer. Na abertura da Feira de Peixes Nativos de Água Doce, evento realizado recentemente em Cuiabá, o presidente da Aquamat – Associação dos Aquicultores do Estado de Mato Grosso, Jules Ignácio Bortoli lembrou que o encontro falaria de alimento e de conhecimento. Ele disse: “Conhecimento é alimento. Sem conhecimento não há alimento, nem peixe, nem outros produtos. Quanto mais conhecimento, melhor, e sempre há que aprender mais. As pessoas estão famintas por conhecimento”. E Ignácio completou, convidando a todos para o “banquete” que estava prestes a começar.

O foco da Panorama da AQÜICULTURA também é o conhecimento voltado para a produção de alimento. Então agora é a minha vez de convidá-los a degustar os valiosos conhecimentos impressos nas próximas páginas. Nessa edição o leitor vai saber mais sobre o manejo e as estratégias para maximizar a produção de peixes em viveiros e açudes; conhecer como o mexilhão dourado está afetando o cultivo em tanques-rede nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste; se surpreender com as informações sobre a produção do panga (ele mesmo!) no Brasil; vai entrar no mundo dos antibióticos e desvendar seu papel no cultivo responsável. Espero que esses, dentre tantos outros temas desta edição, alimentem cada um dos nossos leitores, sempre famintos de conhecimento.

A todos, um bom banquete.

Jomar Carvalho Filho
Biólogo e Editor