Editorial #Edição 152

Jomar Filho

A importância da certificação na aquicultura é o assunto abordado por Fernando Kubitza nesta edição. Trata-se de um tema que costuma ser negligenciado pelos produtores, que em geral associam a certificação ao aumento das despesas sem que isso gere o retorno esperado. Mas o que Kubitza mostra, ao contrário do que pensa o aquicultor brasileiro, é que a certificação é a forma como muitos produtores ao redor do mundo encontraram para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo.

Esse artigo chama a atenção para o fato de ainda não termos, no Brasil, empreendimentos certificados por nenhuma das principais certificadoras internacionais. Kubitza lembra ainda que enquanto “descem o pau” no panga, os brasileiros nem sonham que no Vietnã existe pelo menos 77 empreendimentos produzindo e processando com certificados internacionalmente reconhecidos – uma garantia de que os filés encontrarão os mercados europeus, norte americano e brasileiro – de portas totalmente abertas. E, de quebra, ao falar de certificação, Kubitza aborda as melhores práticas de produção e manejo, que são informações que ajudarão bastante a quem desejar, a qualquer momento, se preparar para obter uma certificação internacional.

Quero, porém, chamar a atenção para um fato que torna, para nós da Panorama da AQÜICULTURA, este artigo do Kubitza ainda mais especial, e não é apenas pelo fato de trazer, como de costume, conhecimentos relevantes e muito práticos para o aquicultor. É que nesta edição, publicamos o centésimo artigo escrito por esse brilhante profissional, que tenho a honra de publicar nas páginas da revista.

Lembro-me ainda do nosso primeiro encontro, em 1997, do entusiasmo nos olhos do Fernando e do seu desejo de compartilhar seus conhecimentos, que não são poucos. Neste mesmo ano, na edição 43 de setembro/outubro de 1997, iniciamos uma parceria publicando um artigo sobre o transporte de peixes vivos. Nele Fernando trouxe esclarecimentos importantes sobre um tema que tinha tudo a ver com aquele momento, em que toneladas de peixes vivos eram transportados, de qualquer jeito, no auge da febre dos pesqueiros. De lá pra cá, para deleite de milhares de leitores, foram 100 artigos, onde foram abordados praticamente todos os principais temas da aquicultura brasileira.

Além de considerá-lo um profissional de uma magnitude peculiar – o que me honra em ser seu editor – quero dizer também sobre o prazer que é ter Fernando Kubitza como um amigo. Fernando traz com ele a simplicidade do seu olhar para o mundo. E isso está presente na clareza e na luz dos seus textos.

A todos, uma ótima leitura,

Jomar Carvalho Filho
Biólogo e Editor