Editorial – edição 169

Quem viver, verá

Não sei se é apenas uma percepção minha, mas o ano de 2018 está voando.
E nesta reta final tenho a impressão de que as forças do destino estão usando as mesmas ferramentas utilizadas pelos autores de novela, que nos últimos capítulos resolvem, às pressas, a vida de todos os personagens.


Para o nosso setor, os dois meses que restam de 2018 são de total expectativa. O futuro da SEAP, secretaria que institucionalmente nos representa na hierarquia do governo, deverá permanecer uma incógnita até a posse do novo presidente. Isso porque a Secretaria de Governo da Presidência da República, a qual a SEAP está ligada, depois de perambular pelo MAPA e o MDIC, deverá fazer parte da nova Casa Civil do governo Bolsonaro. O que isso significa, eu ainda não sei. Mas é fácil intuir que, mesmo sendo uma honra ter a aquicultura sob os cuidados da Casa Civil, este não é o melhor lugar para acomodar um setor voltado para a produção e comércio de pescado cultivado.

Como certamente o novo governo não ressuscitará um falecido MPA, temos todas as chances de cair mais uma vez nos braços do MAPA, a essa altura cansados de nos acolher, ainda que por breves períodos. A ida da aquicultura para o MAPA, acompanhada ou não pela pesca, é a preferência de nove entre dez aquicultores, muitos deles animados com a possível fusão deste ministério com o do Meio Ambiente. Em tese, nesta configuração inusitada, os pleitos relativos a emissão da licença ambiental, apontada como o maior gargalo do setor, poderão ser solucionados entre gabinetes vizinhos, sem que se tenha que cruzar a Esplanada dos Ministérios. Quem viver, verá.

Nessa novela prestes a se encerrar no fim do ano, fica o suspense quanto a um possível final feliz do personagem Aquacen, importante laboratório nacional que, entre outra coisas, faz o diagnóstico para a certificação sanitária dos organismos aquáticos que entram e saem do País. O tema é tratado nesta edição acompanhado de um pedido de S.O.S. para chamar a atenção sobre a urgência de uma mobilização das entidades que representam a aquicultura brasileira, para que juntos evitemos o encerramento das atividades desta eficiente instituição de apoio ao nosso setor. Leia detalhes na página 6.

Eficiência também é o foco da nossa matéria de capa, que revela o empenho da equipe da Potiporã na construção de um resultado de sucesso, apesar das dificuldades decorrentes da presença da mancha branca e da crise econômica no nosso País.

O esforço pela busca da eficiência tem se revelado entre várias empresas que adotam essa virtude para imprimir qualidade e credibilidade às suas marcas. Muitas delas estarão apresentando produtos inovadores na XV Fenacam.

A Panorama da AQÜICULTURA, presente desde a primeira edição deste tradicional evento, estará com seu estande aberto para receber seus amigos leitores e parceiros comerciais. A festa vai ser boa. Nos vemos lá!

A todos, uma boa leitura.