Editorial – edição 48

O desenvolvimento da aqüicultura agora é responsabilidade do Ministério da Agricultura, que para isso criou o Departamento de Pesca e Aqüicultura – DPA. Nesta edição, entrevistei Gabriel Calzavara Araújo, economista paraibano nomeado para dirigir o DPA, que falou-me da sua disposição à frente do novo cargo, mostrando-se otimista com as mudanças e com a oportunidade que terá para interferir positivamente no futuro da atividade. Gabriel entende que a aqüicultura é o grande caminho para o incremento da produção de pescado do Brasil e que é preciso difundi-la como atividade econômica altamente rentável e promissora. São boas falas e novos horizontes abertos para estimular ainda mais nossa aqüicultura.

Esses ventos que arejam o setor trazem também o evento mais esperado desse ano. Nos primeiros dias de novembro, Recife vai receber aqüicultores de todos os cantos do país, além de especialistas nacionais e internacionais. Um bom momento para estar presente, dar e receber informações, fazer bons negócios e aproveitar para adquirir bons produtos. Mas, o Aqüicultura Brasil ’98 é, principalmente, uma boa oportunidade para se discutir os caminhos da aqüicultura nacional e as suas tendências, no mar, nos reservatórios, nos quilômetros de canais de irrigação e nos milhares de viveiros escavados de norte a sul do Brasil.

Nessa edição falamos do aproveitamento do litoral para o cultivo de algas, visando a produção de carragenana, um produto usado por diversos setores da economia, desde o filamento de tungstênio das lâmpadas até a indústria de laticínios. Experimentos realizados por cientistas brasileiros em Ubatuba-SP com a alga Kappaphycus alvarezii, originária das Filipinas, mostraram sua boa adaptação às águas brasileiras e suscitaram uma discussão sobre as vantagens de se cultivá-la comercialmente.

O leitor poderá conhecer também sobre o futuro do cultivo de peixes carnívoros no Brasil, sem dúvida uma promissora tendência da piscicultura continental, frente a decrescente oferta mundial de farinha de pescados. Além disso, encontrará também o retrato da aqüicultura do Oeste do Paraná e os rumos que podem vir a ser tomados nessa região, que foi a pioneira na produção e no beneficiamento de tilápias.

E para falar de beneficiamento, nesta edição apresentamos a Albatroz Comércio e Indústria Ltda., uma indústria cearense que fabrica hambúrgueres e lingüiças de tilápias, e aposta no sucesso de produtos já consagrados, agora fabricados com carne mais saudável. Aproveitamos a oportunidade desse editorial, para informar o telefone da empresa, que por um lapso, não foi divulgado no corpo da matéria: (085) 287-3522

Mais uma vez a todos, uma boa leitura.

Jomar Carvalho Filho – Biólogo e Editor