Esta nas ruas, nas escolas, na tv e onde quer que se vá a Campanha Nacional de Combate a Fome e a Miséria, encabeçada pelo sociólogo Herbert Betinho de Souza, um grande Brasileiro. Betinho sabe que para combater a fome brasileira só há um remédio – comida.
Medidas governamentais para combate a fome e a miséria perderam credibilidade, aumentaram salários de parlamentares e deram muito financiamento a “brasileiros” para plantar comida, criar peixes e camarões. E cadê?
Mas em todas as manifestações contra esse mal que assola nada menos que 35 milhões de brasileiros não falaram ainda da importância real da aqüicultura nesse processo. Então nós, aqüicultores, temos obrigação de alertar para esse esquecimento.
Acaba de sair o relatório da FAO nº 815 com os resultados finais da produção da aqüicultura mundial em 1991. A atividade neste ano produziu 16.579.497 toneladas de alimentos com um aumento de 8.3% sobre o ano de 1990 e um aumento de 100 % nos últimos oito anos.
Até quando o Brasil continuará dormindo no seu berço esplêndido de soja?
É um crime não participarmos expressivamente dessas estatísticas mundiais de produção de pescados via aqüicultura, a despeito de todo o nosso potencial, e ainda permitir que 35 milhões de irmãos vivam na miséria absoluta, na indigência, sem ter sequer o que comer.
A aqüicultura pode e deve ajudar.
São 35 milhões de indigentes no Brasil, corta-se três zeros, ficam 35 mil.Corta-se mais três zeros e ficam só 35. Reais.
Jomar Carvalho Filho
Biólogo e Editor