Nunca é demais refletir sobre o sucesso de muitas nações, hoje consideradas potências, no que se refere a produção de pescados via aqüicultura, como o Chile, Equador, Noruega, Philipinas, China e muitos outros.
Ao buscarmos, entre as causas que levaram a esse desenvolvimento, uma que seja comum a todos esses países, encontraremos uma forte estrutura associativista alinhavando todos os setores que compõem a atividade.
E essa forte união entre os profissionais se dá, via de regra, através de instituições fortalecidas, capazes de incorporar à fórmula do desenvolvimento, todos os ingredientes como tecnologias de produção e processamento, insumos, mercado, etc.
Uma cooperativa ou uma associação de produtores poderá, entre outras coisas, estabelecer padrões para o produto final. Esses padrões nada mais fazem do que simplificar tudo que está em volta. Iluminam o caminho para que a legislação possa ajudar a classe produtora, norteiam os rumos da pesquisa e estruturam o serviço de extensão.
Nós, do Panorama da AQÜICULTURA, estamos chegando ao terceiro ano de participação e convívio com os aqüicultores brasileiros. Temos tido o prazer de ver a aqüicultura se desenvolver e ver o grande potencial hídrico desse país ser explorado racionalmente. Mas temos visto também a desunião que muitas vezes caracteriza o setor produtivo nacional.
Muitos aqüicultores brasileiros se transformam ao construir sua lâmina d’água e, tal qual Narciso, que se apaixona por si próprio ao ver seu rosto refletido na água, deixam de olhar para os seus pares como parceiros, passando a estranha-los desconfiadamente. E isso não é bom.
Assim como a união alavanca a atividade, a desunião torna-a um fardo pesado, difícil para o país carregar.
A todos, unidos, um Feliz 1994.
Jomar Carvalho Filho
Biólogo e Editor