Por: Osmar Angelo Cantelmo
IBAMA/CEPTA
Muitos produtores rurais se questionam quanto à razão de criar peixes utilizando as rações balanceadas fabricadas por diversas companhias. Quando se examina o rótulo na embalagem, logo se percebe que as rações para peixes têm teores de proteína em tôrno de 30 a 40 % enquanto que as rações para aves e suínos apresentam de 16 a 20 % dessa mesma proteína. Entretanto, todas contêm quase a mesma quantidade de energia (digestiva ou metabolizável) disponível – de 2,8 a 3,0 kilocalorias/grama. Por isso, presume-se que os peixes têm maior necessidade de proteína do que os animais terrestres, o que nao é uma realidade.
Em verdade, o que ocorre é que os peixes apresentam uma menor necessidade de energia. Isto se explica por não manterem constante a temperatura corporal, exigirem menos do músculo antigravitacional para se locomoverem e aínda excretarem nitrogênio na forma de amônia. com pequena perda de energia. Essas são as razões pelas quais os peixes apresentam um baixo requerimento de energia quando comparados com animais terrestres. De acordo com a National Research Council – (NRC), os estudos realizados mostram que para cada uma grama de proteína corporal ganha, os peixes necessitam consumir em sua dieta aproximadamente 3,2 gramas de proteína chamada dietária. Para os animais de sangue quente essa razão é semelhante situando-se entre 3,0 a 3,4 gramas de proteína dietária para cada grama de proteína corporal, indicando assim que o requerimento de proteína deve ser o mesmo para peixes e animais de sangue quente. Assim, a diferença primária entre os peixes e esses animais na nutrição protéica e energética parece ser um menor requerimento de energia ao invés de um alto requerimento em proteína.
DIFERENÇA
Dados de consumo de ração, proteina dietária e eficiência energética obtidos em tanques experimentais de alimentação de catfish foram comparados com os mesmos dados fornecidos pela NRC para aves e suínos e mostraram que o catfish requer muito menos energia do que o frango de corte e os suínos para ganhar a mesma quantidade de proteína corporal (Tabela abaixo). Podemos assim supor que o fato de as rações para peixes conterem cerca de duas vezes mais proteína bruta que a destinada a outros animais criados comercialmente, é um fator econômico. Isto é, o custo efetivo de rações para peixes ( contendo 30 a 40 % de proteína bruta) pode ser otimizado com o uso de ingredientes disponíveis facilmente no mercado, e o mesmo não ocorre com rações contendo mais proteína para aves e suínos, pois essas precisariam receber adição de gordura para elevar o nível de energia, e a gordura se torna um alimento muito caro na dieta de aves e suinos. tabela