Embrapa elabora projeto de pesquisa para desenvolver a aquicultura

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) deu início ao BRS Aqua, já considerado o maior projeto de pesquisa em aquicultura realizado no Brasil. Desenvolvido para estabelecer a infraestrutura e a pesquisa científica necessárias para atender demandas do mercado de aquicultura, tem quatro anos de duração e envolve 22 centros de pesquisa, 50 parceiros públicos e 11 empresas privadas, por enquanto.

Trata-se de um marco em investimentos no tema, fruto da parceria entre Embrapa, BNDES, CNPq e a atual Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP), ligada à Presidência da República.

“Esse projeto é de grande importância não só para o nosso centro de pesquisa, mas também para a Embrapa inteira e para o Brasil. É a comprovação de que a aquicultura chegou para ficar e tornou-se uma área estratégica no país”, comemora Eric Arthur Bastos Routledge, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), unidade que coordena o BRS Aqua.

No Brasil, um dos maiores desafios em aquicultura está na falta de pacotes tecnológicos para a criação de importantes espécies aquícolas. Por isso, o BRS Aqua focará na pesquisa do tambaqui, da tilápia, do camarão e do bijupirá, que apresentam grande demanda de mercado ou possuem alto potencial de produtividade.

“Essas espécies encontram-se em diferentes patamares tecnológicos, e para cada uma delas haverá uma abordagem diferente”, explica a pesquisadora e coordenadora do projeto, Lícia Maria Lundstedt, da Embrapa Pesca e Aquicultura. Segundo ela, enquanto a tilápia possui um pacote tecnológico mais avançado, as pesquisas com o bijupirá ainda são incipientes no país, embora seja uma espécie nativa do litoral brasileiro e tenha potencial para ser uma opção para o desenvolvimento da piscicultura marinha nacional.

O BRS Aqua vai gerar os mais diversos produtos, entre eles, um incremento da infraestrutura para futuras pesquisas em aquicultura na Embrapa. “A Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE), por exemplo, terá um novo laboratório para pesquisar espécies marinhas; a Embrapa Meio Norte (PI), que já trabalha com camarão, também terá melhorias em suas instalações para pesquisas na área e várias outras unidades da Embrapa receberão um reforço na infraestrutura para incrementar as pesquisas em aquicultura”, ressalta Lícia.

Como um grande guarda-chuva, o BRS Aqua abrigará oito mini-projetos voltados para Germoplasma, Nutrição, Sanidade, Manejo e gestão ambiental, Tecnologia do pescado, Economia do setor aquícola, Transferência de tecnologia e Gestão, com pesquisas distribuídas em diversos centros de pesquisa da Embrapa e polos produtivos.