O Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca da Epagri (Epagri/Cedap) está trabalhando em um projeto de pesquisa, que testa uma nova técnica de cultivo de ostras, voltada para a produção de carne desconchada. Em 2019 os pesquisadores darão andamento à segunda fase do estudo iniciado em 2018, quando o pesquisador Felipe Matarazzo Suplicy realizou teste com 300 conchas em um cultivo estabelecido no Ribeirão da Ilha, tradicional comunidade de criação de moluscos, localizada na região Sul de Florianópolis. Os bons resultados alcançados despertaram o interesse dos maricultores da localidade. Agora Felipe prepara material para tentar formar 10 mil clusters de ostras nestas propriedades. De acordo com Suplicy, na nova técnica as ostras vazias são mergulhadas em um tanque com larvas do molusco produzidas em laboratório. Após as sementes estarem fixadas nessas conchas, elas são penduradas em uma corda por um período de 10 a 11 meses. O pesquisador explica que ao final do ciclo cada concha se transforma em um cluster de ostras aderidas umas às outras. “A vantagem desta técnica é que ela dispensa qualquer manejo durante o cultivo, exigindo menos mão de obra e permitindo uma redução nos custos de produção”, diz Suplicy. Apesar da forma de apresentação desconchada ser comum em outros países, este é um mercado ainda não explorado pela maricultura catarinense. O pesquisador ressalta que a nova técnica pode permitir um melhor aproveitamento das ostras quando elas se encontram em sua melhor condição de carne, o que geralmente ocorre nos meses que antecedem a temporada de verão. Santa Catarina é o maior produtor de ostras do Brasil, tendo produzido 2.821t em 2016. A ostra viva catarinense já é vendida em quase todo o território nacional, contudo, o produto in natura apresenta um tempo de prateleira de apenas quatro dias. Desconchada, poderá ser vendida congelada, ampliando substancialmente o mercado.