Durante a década passada, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – SINDIRAÇÕES, a produção global de alimentos balanceados, medida nos 10 países de maior produção em seis continentes, cresceu pouco mais de 10%. Na América Latina, entretanto, a produção mais que duplicou. Em 1990, a produção latino-americana foi responsável por 5,5% do volume global, chegando a alcançar os 12% em 2001. O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking latino-americano, com 38,8 milhões de toneladas produzidas em 2001, e previsão de alcançar 41,6 milhões de toneladas em 2002. Em segundo está o México com 20 milhões de toneladas, seguido da Argentina com 5,4 milhões de toneladas. No cenário internacional, a produção brasileira de alimentos balanceados é a terceira colocada, ficando atrás apenas dos EUA, que produziram 141,6 milhões de toneladas em 2000 e da China com suas 57 milhões de toneladas produzidas no mesmo ano.
Brasil
Na primeira metade da década de 90, as indústrias fabricantes de ração limitavam-se a observar o desenvolvimento do setor, na tentativa de avaliar o momento certo de virem a fazer parte efetiva da cadeia aqüícola. Nesta ocasião surgiram os primeiros alimentos balanceados especificamente para peixes e camarões, dando início a escalada de profissionalização da atividade que se seguiu.
O setor de alimentos para organismos aquáticos, que em 1997 representava apenas 0,2% do total de rações fabricadas no Brasil, assume hoje um importante papel neste cenário, tendo fechado o ano de 2001 como responsável por 4,26% do total de rações produzidas no País. Para este ano, as estimativas do Comitê de Organismos Aquáticos da ANFAL – Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais – COAq/ANFAL) apontam para um crescimento de 20,4% em relação ao ano passado (tabela). Cabe lembrar que os números apresentados anualmente pelo COAq/ANFAL são considerados como conservadores, já que muitas cooperativas, associações, pequenas indústrias e produtores isolados formulam seus alimentos sem que esta produção seja incorporada às estatísticas.
A evolução do setor de alimentos talvez seja hoje o dado mais importante para que se possa estimar a produção aqüícola nacional. Com a falta de estatísticas oficiais, as curvas de crescimento do setor de alimentos (gráfico) passam a ser a melhor forma para visualizar as tendências de crescimento da aqüicultura em nosso País que, entra ano sai ano, segue seu rumo ascendente sem que saibamos quantos produtores fazem parte da atividade nem quanto estão produzindo.
A falta de estatísticas oficiais da aqüicultura nacional faz muita falta para que toda a indústria produtora de insumos possa se dimensionar para melhor atender ao setor produtivo. Certamente essas estatísticas também farão falta no próximo ano, quando o Brasil estará sediando o World Aquaculture 2003. É natural que os especialistas e aqüicultores de quase uma centena de países, bem como a imprensa especializada internacional que fará a cobertura, queiram saber mais a respeito da indústria aqüícola do país escolhido para sediar tão importante evento.