Fenaostra

Roda de Negócios atrai grandes empresários estrangeiros a Florianópolis


A I Roda de Negócios de Pesca e Maricultura realizada durante a III Fenaostra – Festival Nacional da Ostra e da Cultura Açoriana, ocorrida em Florianópolis no último dia 10 de outubro foi considerada um sucesso segundo os organizadores do evento. Dirigida a aqüicultores e outros profissionais que tenham interesse em atuar nesse mercado ou que já dispõem de produtos a oferecer, a Roda de Negócios se realizou graças a uma parceria com o Sistema Fiesc – Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, através do Instituto Euvaldo Lodi – IEL/SC, que colocou uma equipe de consultores para assessorar o processo.

O evento permitiu a negociação direta entre algumas das maiores empresas do mundo, especializadas em tecnologias ligadas ao mar, e o setor aqüícola catarinense. Segundo Juliano Fontes Fornasaro, do Escritório Internacional de Negócios do IEL/SC, o setor estava carente de oportunidades que facilitassem essa interação e proporcionassem aos empresários catarinenses a troca de experiência com empresas líderes mundiais. Estiveram presentes nas negociações cerca de 40 empresas, distribuídas em seis períodos de meia hora para cada interação.

O encontro foi acompanhado por intérpretes, já que o objetivo da iniciativa foi estimular o relacionamento comercial entre empresas brasileiras e estrangeiras. As transações envolveram compra, venda, representação e distribuição de equipamentos e serviços relacionados à pesca e maricultura, e propiciaram o desenvolvimento de tecnologia e ampliação do mercado nacional. A meta dos organizadores, num futuro próximo, é fazer com que o Estado de Santa Catarina, que já detém a liderança na produção de ostras no país, possa atender investidores e importadores de moluscos dentro dos critérios de exigência impostos pela comunidade internacional.

Entre as empresas presentes estavam a SA Mulot, a maior da Europa na produção de equipamentos para aqüicultura e construção de naval; a Segemap – Societé Générale de Matériel Plastique, maior empresa do mundo na produção de material plástico; o IFREMER- Institut Français pour l’ Exploitation de la Mer, órgão público voltado à pesquisa, além da UCOMA – Cooperative Maritime, um grande fornecedor de materiais para a ostreicultura e mitilicultura.

Outras empresas, ligadas indiretamente à aqüicultura, também prestigiaram a Roda de Negócios, como a Novatlantique, que elabora softwares de acompanhamento, a Escola de Hotelaria, Lycée Professionnel Hôtelier Régional du Parc de La Francophonie e, o Lycée de La Mer et du Littoral, uma escola do mar e do litoral, da cidade de Bourcefranc.

O Escritório Internacional de Negócios do Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina pode ser contatado pelo fone (48) 334-2898. Os interessados podem ainda visitar o site: www.iel-sc.com.br/rodadenegocios/fenaostra2001

Painel da Maricultura na França

A França é hoje a terceira maior produtora de moluscos do mundo com uma produção de 207 mil toneladas de ostras e mexilhões por ano. A maricultura engloba em toda a Europa cerca de 8.500 empresas sendo que aproximadamente cinco mil são francesas, o que gera no país 23 mil empregos diretos.

A França é responsável por 144 mil toneladas anuais de ostras, ou quase toda a produção européia, que hoje é de 158 mil toneladas, perdendo apenas para o Japão e a Coréia na produção desse molusco. Somente com a ostreicultura são arrecadados o equivalente a R$ 30 milhões anuais, sem que se leve em conta a receita indireta proveniente do turismo e da gastronomia de frutos do mar.

A bacia de Marennes-Oléron é a maior e uma das mais famosas regiões ostrícolas do país. Lá há várias áreas pantanosas interligadas ao mar e que foram inicialmente recuperadas para a produção de peixes. O desenvolvimento da ostreicultura na cidade coincidiu com a falência da indústria do sal que foi a fonte de riqueza na região até o século XVII. Por volta de 1850, os franceses começaram a modificar essas áreas de pântano para transformá-las no que chamam de “claires”, espécies de tanques cavados numa argila especial que funciona para a ostra como o tonel para a elaboração do conhaque.

Várias epizootias, doenças que dizimaram enormes populações de moluscos contribuíram para a busca e o aprimoramento de novas tecnologias. Na década de 60 já havia uma forte procura de novas alternativas para o setor. Com a última grande praga, que aconteceu em 1970, e que levou muitos produtores a perder tudo o que tinham, os franceses se decidiram a fazer as primeiras experiências com uma ostra originária do Pacífico, da espécie Cassostrea gigas, a mesma que garante a Florianópolis o título de Capital Nacional da Ostra. Os resultados com a gigas foram animadores e a economia ostrícola francesa deu a volta por cima.Várias epizootias, doenças que dizimaram enormes populações de moluscos contribuíram para a busca e o aprimoramento de novas tecnologias. Na década de 60 já havia uma forte procura de novas alternativas para o setor. Com a última grande praga, que aconteceu em 1970, e que levou muitos produtores a perder tudo o que tinham, os franceses se decidiram a fazer as primeiras experiências com uma ostra originária do Pacífico, da espécie Cassostrea gigas, a mesma que garante a Florianópolis o título de Capital Nacional da Ostra. Os resultados com a gigas foram animadores e a economia ostrícola francesa deu a volta por cima.

Em Marennes, as “claires” também contribuíram para diferenciar o molusco dos demais cultivados nas baías da França. As algas que crescem nas águas salobras da região dão às ostras sabor e consistência excepcionais, além de uma cor esverdeada que se tornou marca registrada do produto. Hoje, Marennes-Oléron responde por 45% da produção do país e envolve 2.300 empresas que geram quase 10 mil empregos. Além de Marennes, outras cidades se destacam na costa atlântica francesa. La Rochelle, que tem 80 mil habitantes, é sede de uma das melhores escolas de gastronomia do mundo, e recebe três milhões de turistas por ano. Bourcefranc sedia o Liceu do Mar e do Litoral, órgão que atua no ensino técnico-secundário e de nível superior na área de maricultura. E, La Tremblade, que abriga o maior e mais especializado laboratório de desenvolvimento de tecnologia em maricultura e gestão de recursos marinhos do mundo, o Institut Français pour l’ Exploitation de la Mer – IFREMER.