Por André Clemente, Diario de Pernambuco
A Frescatto Company, indústria brasileira de processamento de pescados, quer atender um mercado em alta no momento: o consumidor que gosta de cozinhar, mas em tom de gastronomia. A empresa lançou cortes divididos em porções frescas, prontos para que o consumidor consiga preparar um prato de chef. Com a linha, a empresa vai disponibilizar os produtos nos supermercados, nos moldes do que é trabalhado para os restaurantes. São duas linhas: a Frescatto, que traz o filé de salmão e o lombo de atum, e a linha Buona Pesca, que oferece Medalhão de Merluza, Filé de Tilápia e Filé de Linguado. O Nordeste e Pernambuco estão na estratégia de ganho de mercado da marca. Para se ter ideia, o Centro de Distribuição (CD) da empresa no Recife corresponde a 15% do market share do grupo no Brasil. A estimativa é crescer mais.
De acordo com o CEO do grupo, Thiago de Luca, a novidade pensa na praticidade do cliente, que criou e foi estimulado a ter a gastronomia como hobby. “A gente viu que ele quer e gosta de cozinhar, mas não quer a burocracia de tratar o peixe. Isso tira o peixe da escolha de muita gente. Então, a gente fez isso. Os pacotes dos pescados são em práticas embalagens com ziplock, que permitem que o consumidor utilize a quantidade desejada, sem desperdícios, sem trabalhos para tratar o peixe. É algo para ter opção. Se for fazer um jantar a dois, por exemplo, tem a opção de destacar dois pedaços idênticos dentro da embalagem”, destacou.
As embalagens dos lançamentos da linha Frescatto são de 400g, tanto para o lombo atum em pedaços Congelado quanto para Filé de Salmão em Pedaços, com as subdivisões em porções de 100 gramas. Já as embalagens da Buona Pesca são de 500 gramas para a Tilápia e para o Linguado e de 800 gramas para o medalhão de merluza. “São linhas de produtos que são especiais para o consumidor, tanto pelo grande consumo, que é o caso do salmão, preferido das pessoas, quanto pelo lado do custo-benefício, com destaque para a tilápia, que é um peixe muito saboroso e tem recebido a atenção de produtores. Ele tem elevado a sua oferta no mercado nacional, refletindo em redução de preços. Eu até digo que o formato da linha Frescatto é para o jantar de chef individual ou a dois, e a linha Buona Pesca é para aquele bom almoço ou jantar de família, que tem o tratamento perfeito para cozinhar, mas sem a precisão de corte que a apresentação do prato exige”, destacou.
Ainda de acordo com o CEO, a demanda pedia essa aproximação do que se consome em restaurante. “A nova linha quer fazer isso. Ter em casa o que se tem no restaurante. É o caso do salmão fresco, porcionado. É só descongelar e consumir. É o que a maioria dos restaurantes faz. Alguns restaurantes ainda têm a estrutura para comprar o peixe inteiro, tratar e preparar os pratos. Mas ele absorve o trabalho, custos de descarte para tirar o filé. Não precisa mais disso. A ideia é que o consumidor de casa possa brilhar como chef, que é seu hobby, e não como peixeiro”, reforçou.
Pernambuco é polo estratégico – A Frescatto Company tem Pernambuco como um dos CDs mais importantes do grupo e é bastante estratégico no plano de ação da empresa. Thiago de Luca, CEO da empresa, relatou, inclusive, que um investimento de ampliação do CD foi aprovado, mas a empresa recuou quando a crise se instalou, para aguardar a reação do mercado para fazer novas apostas. “Somos um dos principais importadores de salmão fresco do Brasil e o Nordeste e Pernambuco tem tudo a ver com isso”, destacou.
Atualmente, segundo Thiago de Luca, o salmão todo que é vendido pela empresa é importado do Chile. “Ainda somos dependente da importação. Sem isso, haveria um desabastecimento. Cerca de 70% do que é comercializado vêm de fora”, explica. Segundo ele, a “culpa” desse desequilíbrio é o salmão. “É muito grande a fatia importada, mas, hoje, temos mais de 10 mil clientes no Brasil e a maioria é restaurante japonês. Para se ter ideia, em 2017, foram distribuídas pelo CD de Pernambuco 1.260 toneladas de salmão fresco, a maior parte para o Recife”.
Ainda segundo o CEO, já existe um movimento em resposta à alta do dólar para que a produção e o cultivo nacional ganhe mais espaço na oferta dos produtos. “Outros problemas também fizeram a demanda reduzir, como a crise, mas a empresa buscou estratégias de se manter no mercado e ajudar os agentes do mercado”, afirma.