Um dos fundadores do Greenpeace na América do Norte, Dr. Patrick Moore, tem criticado severamente o movimento ambientalista, por ter “abandonado a ciência em favor do sensacionalismo”, tendo “perdido o seu rumo”. Segundo um artigo publicado no jornal Fish Farming International (edição de março/2005), Moore afirma que a partir de meados dos anos 80, o Greenpeace tem se inclinado para táticas emocionais e alarmantes para conseguir apoio às suas causas. Ele acredita no consenso, ao invés do confronto, e argumenta que “atualmente estamos de frente para políticas ambientais que resultam no aumento do risco para a saúde humana e para o meio ambiente”.
Para ilustrar seus argumentos, Patrick Moore, que hoje é o presidente e cientista-chefe do Greenspirit Strategies Ltd, (entidade que dirige organizações relacionadas à silvicultura, biotecnologia, aqüicultura, plásticos e mineração, desenvolvendo soluções na área de recursos naturais, biodiversidade, energia e mudanças climáticas), listou temas que têm sido objetos do ativismo ambiental, como o melhoramento genético, o cultivo do salmão, vinil, hidroeletricidade, energia eólica e a silvicultura, e apontou o que ele vê como deficiência na argumentação dos ambientalistas.
No caso do melhoramento genético, sua opinião é a de que os ativistas persistem na campanha de tolerância zero contra os alimentos geneticamente modificados, sem nenhuma evidência de que estes prejudiquem a saúde humana ou o meio ambiente, enquanto que os benefícios são mensuráveis e significativos. Com relação à campanha contra o cultivo de salmões, Moore afirma que esta tem como base argumentações errôneas e exageradas de danos ambientais e de contaminação química, e isso tem alarmado a população, fazendo com que não se consuma um dos mais nutritivos e saudáveis alimentos para o coração que se dispõe atualmente. Ele lembra que a própria Organização Mundial da Saúde, a Associação Americana de Cardiologia e o FDA americano, divulgam que a alimentação com salmão reduz o risco de doenças cardíacas e ataques fatais do coração. Moore lembra que o cultivo de salmão auxilia na preservação dos estoques naturais desta espécie, mas como salvar os estoques naturais de salmão, se os ativistas recomendam que apenas o salmão selvagem deva ser consumido?
Moore argumenta que muito cuidado tem que ser tomado já que os radicalismos dos ambientalistas, bem como as campanhas alarmantes por eles deflagradas, ao invés de proteger a natureza e as condições de saúde da humanidade, podem na verdade aumentar o uso de pesticidas nas lavouras, aumentar as doenças cardíacas, esgotar os estoques naturais de salmão, aumentar os custos e reduzir a segurança com o cuidado com a saúde, além de privar as nações em desenvolvimento de fontes de energia limpa ao interromper o uso de energia eólica renovável, bloqueando as soluções para o aquecimento global, além de contribuir para os desmatamentos.