Geraldo Bernardino é o novo presidente da ABRAQ

No último dia 29 de outubro, em Peruíbe, durante o VII SIMBRAQ, a chapa única encabeçada por Geraldo Bernardino, tendo como vice Dalton José Carneiro da UNESP, foi eleita em unanimidade plenária, para o biênio 93/94.

Em torno do Geraldo, engenheiro de pesca, especialista em aqüicultura pela FAO, pesquisador do CEPTA onde, por onze anos, coordenou as pesquisas e o treinamento e mestrando em Ecologia pela Universidade de São Carlos, reuniram-se diversos nomes ligados a pesquisa, quase todos de São Paulo. Não se tratou entretanto de bairrismo e sim de uma estratégia inteligente para vencer a grande crise que ora passa a associação. “A proximidade dos representantes”, de acordo com o secretário eleito, José Augusto Ferraz, “facilitará as articulações necessárias para dinamizar a ABRAQ”.

Geraldo, ao apresentar sua chapa, mostrou sua intimidade com os inúmeros problemas que convivem com a aqüicultura brasileira. Falou da entrada fácil no país de espécies exóticas decorrente da falta de tecnologia definida para as espécies nativas. Criticou a falta de uma política na formação de mão-de-obra sem a qual a aqüicultura brasileira não terá seu real valor, e atacou a falta de pesquisa básica para que se possa gerar mais informações nas áreas de reprodução, larvicultura, alevinagem, nutrição, ictiopatologia e biologia das espécies em seu habitat natural. Lembrou a necessidade de acabar com as chamadas espécies da moda, que tão somente servem para dificultar as buscas das prioridades para o crescimento do setor. Aproveitou para lembrar que aqüicultura não é somente kg/ha/ano mas também preservação ambiental, com cuidados que passam pela utilização de espécies exóticas, de alta rusticidade e produtividade, mas de alto risco para as espécies nativas caso passem a conviver com elas no meio ambiente natural.

SISTEMA PARTICIPATIVO

A ABRAQ irá, segundo Geraldo Bernardino, cumprir seu papel para que a aqüicultura se transforme numa atividade zootécnica e para isso a participação dos associados será fundamental e neste momento os representantes estaduais terão um importante papel. Outra participação importante para o novo presidente da ABRAQ será a das associações já existentes que deverão contribuir levando sugestões de questões como legislação, impacto ambiental e outras de igual importância para atual diretoria.

ABRAQ 1993/94

A ABRAQ, segundo seu presidente, deve ser o ponto de encontro dos grandes temas que deverão ser desenvolvidos pelos pesquisadores brasileiros. Para ele, há um grande vazio que precisa ser preenchido entre a geração, a transferência e a adoção de tecnologia, e somente com a participação efetiva de todos os associados é que esses problemas poderão ser solucionados.

Infelizmente nos últimos anos a ABRAQ acabou por perder sua importância no cenário da aqüicultura brasileira, um cenário confuso onde ela deveria se destacar, norteando os mais diversos segmentos da atividade. Acabou lamentavelmente sendo esquecida pelos associados que, além de não se manifestarem contrariamente a esta situação, também não contribuiram com as tão necessárias anuidades, aumentando ainda mais a crise da ABRAQ.

Esquecem os associados que uma associação é fruto da participação de todos os que dela fazem parte e é bom lembrar que agora resta somente reescrever o futuro da ABRAQ, tornando-a viva e atuante. É como se fosse dada mais uma chance aos associados de cooperar no fortalecimento desta importante instituição da aqüicultura brasileira.

ANISTIA

Na assembléia que elegeu a nova diretoria foi votada uma sugestão do Prof. Newton Castagnolli – UNESP, aprovada por unanimidade, para que o pagamento da anuidade de 1992 representasse anistia aos débitos anteriores. Desta forma abrem-se as portas da ABRAQ a todos os interessados no restabelecimento da associação ficando também o convite aos que ainda não sócios para que venham associarem-se fazendo parte na discussão dos rumos da aqüicultura brasileira.