Gregolin é alvo de investigações sobre uso indevido do cartão corporativo do governo

No dia 14 de fevereiro a Controladoria-Geral da União (CGU) encaminhou à Casa Civil da Presidência da República a conclusão da auditoria feita nas despesas realizadas no ano passado pelo ministro da SEAP, Altemir Gregolin, utilizando seu cartão de crédito corporativo. Na mesma data a CGU divulgou uma nota, aliás pouco repercutida na grande imprensa, informando que a auditoria mostrou que o ministro Gregolin não fez gastos irregulares com o seu cartão de crédito corporativo do governo, tendo sido apontadas, entretanto, o que o CGU chamou de “impropriedades” em duas despesas com alimentação. A nota diz ainda, em resposta a denúncia acerca de pagamento em duplicidade de diárias de hospedagem em um único dia, que foi apurado que o ministro havia deixado o Hotel Blue Tree, em Florianópolis, às 11h20 do dia 29 de agosto, registrando-se à noite, às 23h15, no Hotel Ibis, em São Paulo. Segundo a CGU, a aparente duplicidade de pagamento se deu porque o Hotel Ibis, tem a prática de cobrar por suas hospedagens, já na entrada do cliente.

No dia 20 de fevereiro, entretanto, seis dias após inocentar o ministro Gregolin das irregularidades com o uso do seu cartão corporativo, a CGU, através do ministro Jorge Hage, afirmou que “irá rever a apuração das contas de cartão de crédito do ministro Altemir Gregolin, por conta de possíveis incongruências entre a agenda e as novas informações do Portal da Transparência sobre as datas das compras.” A nova checagem, disse Jorge Hage, buscará confirmar se Gregolin estava trabalhando em pelo menos oito finais de semana nos quais fez uso do cartão.

O que o setor da aqüicultura espera, é que tudo se esclareça o mais breve possível, e que o ministro Gregolin tenha todas as provas necessárias para livrá-lo das acusações. Há no ar uma grande preocupação com a frágil estrutura da SEAP, um órgão sem quadros próprios de funcionários, portanto sujeito aos humores dos políticos e aos interesses de outros órgãos públicos, sempre de plantão. Neste final de fevereiro o clima em Brasília é de boatos, e as manobras por parte de grupos sabidamente interessados numa possível mudança na cúpula da SEAP já são discutidas à boca pequena.

Procedem, portanto, as preocupações de todo o setor aqüícola com o futuro da SEAP. Mudanças nesse momento, sejam elas quais forem, podem representar uma ameaça ao sucesso de importantes investidas que a equipe do ministro Gregolin vem fazendo nos últimos meses frente a temas de grande interesse do setor, como a cessão das águas da União para uso aqüícola, por exemplo.