Realizado entre 31 de agosto e 2 de setembro em Foz do Iguaçu, no Paraná, o IFC 2022 – International Fish Congress & Fish Expo Brasil fechou sua quarta edição com números tão auspiciosos quanto os próprios dados sobre o setor de pescado apresentados ao longo do evento. Segundo os organizadores, foram 2.300 congressistas inscritos – um aumento de 45% com relação à edição anterior –, cerca de 8 mil acessos virtuais originados de 22 países e mais de 24 horas de conteúdo produzido por 55 palestrantes de 15 diferentes nações. Para completar, negócios de mais de R$ 100 milhões foram fechados na ocasião entre as mais de 100 empresas expositoras e apoiadoras presentes na reunião.
Presidente do IFC-2022, o ex-ministro da Pesca e Aquicultura Altemir Gregolin salientou que o objetivo da equipe organizadora foi realizar um encontro à altura do que representa o setor hoje, atraindo o que há de melhor em tecnologias e conhecimentos ligados à atividade e reunindo todos os elos da cadeia de pescado ao mesmo tempo e no mesmo lugar para discutir estratégias, gargalos, tendências e desafios para o futuro próximo, entre outros temas.
Na palestra de abertura, Gregolin fez uma dobradinha com o Dr. Audun Lem, diretor adjunto da Divisão de Política e Recursos de Pesca e Aquicultura da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que falou por videoconferência diretamente de Roma, na Itália. Enquanto Lem dissecou para o público os dados mais importantes contidos no relatório “Situação mundial da pesca e da aquicultura (Sofia 2022)”, publicado pelo órgão da ONU, Gregolin delineou a situação do Brasil dentro desse contexto global. Ambos desenharam cenários otimistas para o setor no Brasil e no Mundo.
Panorama atual e perspectivas para a aquicultura no mundo e no Brasil
Em sua fala, Lem destacou três mensagens importantes do relatório: o recorde de produção alcançado em 2020, apesar dos impactos da Covid-19, com 214 milhões de toneladas de pescado produzidas no mundo, sendo 157 milhões destinadas ao consumo humano; a sinalização de que, do ponto de vista ecológico, o manejo é a ferramenta mais eficiente para conservar e utilizar de forma sustentável os recursos pesqueiros, uma vez que a fração marinha desses recursos – dentro de níveis biologicamente sustentáveis – sofreu deterioração, enquanto a aquicultura caminhou em sentido inverso; e o fato de que o desenvolvimento econômico e o crescimento populacional nas próximas décadas aumentarão as expectativas sobre os sistemas de alimentos aquáticos, cobrando que o crescimento seja sustentável, equitativo e de acordo com as necessidades de segurança alimentar e metas nutricionais.
Conforme dados do Sofia 2022, de 1961 a 2019 o consumo de pescado per capita subiu em média 3% ao ano, quase o dobro do crescimento da população mundial no mesmo período. Com os números da atividade de pesca praticamente estabilizados, o que efetivamente vem prosperando é a aquicultura, que hoje responde por mais de 50% da produção mundial do setor. De acordo com projeções da FAO, até 2030 vamos bater a marca de 202 milhões de toneladas de pescado consumido por ano no mundo, elevando a ingesta per capita dos atuais 20,2 kg por ano para 25,5 kg. Tal cenário, segundo Altemir Gregolin, deixa claro que recairá sobre a aquicultura a responsabilidade de atender a essa demanda. E é aí que se abre uma janela de oportunidade para o Brasil, pois o Sudeste Asiático – que produz atualmente 89% da aquicultura mundial – reduzirá fortemente seu ritmo de crescimento devido principalmente a questões de natureza ambiental, além de falta de espaço e de matéria prima para ração.
Nesse contexto, o Brasil leva vantagem, pois conta com extenso território e recursos hídricos, fartos insumos para fabricação de ração, conhecimento científico, profissionais capacitados e a experiência de modelo e logística de outras cadeias de produção vitoriosas, como frango, suíno e bovino. Mas precisa fazer o dever de casa, segundo Gregolin: “Nos últimos dez, 15 anos, a gente vem estruturando melhor essa cadeia. Se a gente olhar a aquicultura hoje e há 15 anos, não tem comparação. Mas a gente precisa ter olhar de longo prazo para a frente”, diz o presidente do IFC 2022, destacando como temas sensíveis a serem trabalhados as parcerias do setor público com o setor privado, o desenvolvimento científico e tecnológico, a segurança jurídica, a desoneração tributária ao longo da cadeia e o crédito, entre outros.
Momento favorável para a exportação
Reunidos no painel “Exportações de pescado e perspectivas para o Brasil no mercado internacional”, os palestrantes Manoel Xavier Pedroza Filho, Eduardo Lobo e Valdemir Paulino dos Santos trocaram em miúdos algumas das observações de Gregolin. Segundo Paulino, que é superintendente comercial e de marketing da cooperativa Copacol e presidente do conselho de administração da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), para ser forte individualmente o produtor e as indústrias do ramo têm que ter força coletiva, se unir para reivindicar políticas públicas, regulações e outras medidas que ajudem a tornar o produto brasileiro competitivo no mercado mundial. Neste momento, ele frisou, o país comemora um grande impulso nas exportações, mas não se pode perder de vista que tal incremento está diretamente relacionado à sobretaxa de 25% imposta pelos Estados Unidos às importações da China. Apresentando especificamente os números da tilápia relativos aos sete primeiros meses de 2022, Paulino ressaltou que houve aumento de 88% com relação ao mesmo período do ano passado, pulando de 2.578 para 4.851 toneladas. Mas se essa sobretaxa cair, o produto brasileiro perde competitividade: “Estamos tendo esse fôlego nas exportações por causa dessa alíquota”, diz.
Indo além do universo da tilápia – que é a espécie, em toneladas, mais exportada pelo Brasil, com 11% de participação no número total, sendo 98% oriunda da piscicultura –, o pesquisador de economia aquícola da Embrapa Manoel Pedroza apresentou os números gerais da exportação brasileira de pescado em 2021 com base no Siscomex: 78.499 toneladas, das quais 88% com origem na pesca e 12% na piscicultura. Pedroza ressalta que nos últimos 5 anos a evolução das exportações de pesca foi de 49%, enquanto a piscicultura aumentou 241%, e no longo prazo as duas modalidades tendem a se igualar em termos de volume. A maior fatia das nossas exportações de pescado (76%) vai para os Estados Unidos. Hoje o Brasil é o 7º maior exportador de tilápia para os EUA, e ano passado ultrapassou o México: “Há um reconhecimento da qualidade da tilápia brasileira”, atesta Pedroza, ressaltando que os principais gargalos para esse comércio internacional são o alto preço e a pouca disponibilidade de frete, a demora na emissão de certificado sanitário internacional e o custo de produção elevado, tanto na engorda quanto na indústria. Para o pesquisador, os desafios de curto prazo do setor – além da eventual desvalorização do dólar ou o fim da sobretaxa do pescado chinês – são a exploração de novos mercados (Europa e países árabes) e o desenvolvimento de novos produtos, como cortes diferenciados e itens não alimentares derivados do pescado.
Eduardo Lobo, sócio da empresa Prime Seafood e presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), também concorda que a exportação é a grande ação estratégica para essa cadeia, mas ressalta a importância de se realizar um bom planejamento aquícola. Ele lembra que, diferentemente de produtos da agricultura, o pescado não vai diretamente ao mercado, precisa antes passar pela indústria. Então o planejamento aquícola tem que ser feito com muito cuidado, para não produzir demais para um mercado saturado e acabar não alcançando um preço que pague o investimento e o trabalho empregado. Sufocar o mercado já existente com uma grande oferta de pescado, criando uma briga de proteína com proteína dentro do Brasil é, na opinião dele, um tiro no pé: “Aumentar um quilo no consumo per capita pode significar reduzir dez ou 15% o preço do peixe vivo pago ao produtor, e isso a gente não aguenta, o custo de produção é muito elevado”, avalia Lobo, mais uma vez apontando que a saída é a exportação.
O presidente da Abipesca, porém, não acha que os maiores entraves para as exportações hoje sejam os chamados gargalos – dificuldades de logística ou custos elevados de produção – mas sim a falta de mercado. Na visão dele, a União Europeia seria um dos mercados-alvo, pois importa quase US$ 60 bilhões em pescado por ano, mas para chegarmos lá é preciso avançar nas certificações internacionais, pois esse é um mercado que preza pela qualidade: “No entendimento da Abipesca, esse tem que ser considerado o principal desafio e objetivo de sustentação dessa nossa cadeia. O resto é muito importante, mas se a gente não tiver pra quem vender bem vendido, não adianta. Produzir para vender barato e o produtor não ter a sua remuneração, não resolve”, opina. Lobo sugere que o planejamento aquícola se torne um conceito de cadeia – do produtor, do governo e da indústria – para definir em bases sólidas quanto se vai produzir a cada ano, onde se vai produzir, com destino a que mercado e com que preço-alvo, de forma a fortalecer a cadeia produtiva.
A quem perguntou o que as indústrias de médio porte precisam fazer para se incluir no universo das exportações, Manoel Pedroza respondeu que é preciso prezar pela qualidade de seu produto, ter capacidade de lidar com a burocracia da exportação e produzir grandes volumes de pescado ou fazer parcerias com outras indústrias para ter escala e atender às grandes demandas. Eduardo Lobo, por sua vez, sugeriu às indústrias de pequeno e médio porte que participem de feiras internacionais para observar como funciona esse mercado e trabalhem os pontos que podem tornar seus produtos desejados, como a obtenção de certificações que atendam a mercados específicos, a oferta de cortes diferenciados ou outro detalhe que os insira em algum nicho valorizado.
O caminho para o mundo passa pelas certificações
Quem que já está trilhando o caminho sugerido por Lobo é a Piscicultura Caxias, localizada na Represa Salto Caxias, no município paranaense de Nova Prata do Iguaçu. Trata-se de uma piscicultura que cria tilápias em tanques-rede e que acaba de obter para a sua produção a certificação Cdial Halal – exigida pelo mercado muçulmano – e está em fase final de certificação da planta de abate. Segundo Jean Carlo Kuligowski, administrador da Caxias, outras pisciculturas associadas a ela e que produzem no mesmo reservatório também estão no processo de certificação. Jean Carlo revela que o selo Halal já rendeu um primeiro pedido pré acordado que lhe exigiria produzir 500 toneladas mensais de peixe, o que no curto prazo só será possível em associação com as pisciculturas parceiras: “Hoje a minha piscicultura produz 100 toneladas e a tendência agora é a de colocar mais tanque na água e ir ampliando esse volume. Esse é o primeiro pedido, então a nossa ideia é no futuro montar uma base, talvez no Qatar ou algum país nessa região, para distribuir para os países dos Emirados Árabes”, planeja.
Leia também: Workshop Internacional sobre RAS reúne time de especialistas em Foz do Iguaçu
O piscicultor conta que, desde o começo, tocou seu negócio com a meta de ser um exportador. Seu alvo inicial era o mercado dos Estados Unidos, mas foi justamente a partir de informações trazidas por colegas que visitaram uma feira internacional – a Gulfood, em Dubai – que ele se decidiu pelos consumidores muçulmanos. Os amigos já vieram de lá trazendo a parceria alinhavada com a Cdial Halal, cujo certificado é reconhecido em mais de 150 países no mundo, e a Caxias tratou de cumprir todas as exigências para obter a certificação: “Eles apresentaram os potenciais clientes e nós aproveitamos, fomos a primeira piscicultura do Brasil a receber o selo”, diz.
Os desafios ainda postos para a tilápia
Além desses temas de importação e certificação, outras demandas do setor de pescado foram levantadas por Ramon Amaral, Nicolas Landolt e Juliano Kubitza no painel “Produção de tilápia: desafios e ações para elevar a competitividade e ampliar a participação no mercado interno e externo”. CEO do Grupo Ambar Amaral, Ramon citou as questões regulatórias, tributárias, tecnológicas e de logísticas como elementares, afirmando que mudanças nesses campos ajudariam muito a indústria do pescado a se tornar mais competitiva, como a isonomia com outras cadeias de proteínas em relação ao PIS e Cofins, que baixaria o preço da ração, e a queda de restrições na política de crédito, que daria maior disponibilidade de recursos ao setor para investir. Ele destacou também a necessidade de combater os malefícios da informalidade na mão de obra e do glazing, que beneficiam aqueles que andam fora da linha e condenam os que trabalham duro para dar credibilidade ao negócio de pescado no Brasil: “O consumidor não vai no mercado buscar uma marca específica de peixe, ele vai lá buscar tilápia. E a partir do momento que ele compra um produto e tem uma experiência horrível, ele não volta a comprar tilápia. E ele começa a divulgar isso. Nos últimos anos, a tilápia evoluiu muito no Brasil com relação a esses dois itens, mas ainda tem muito trabalho a ser feito. E não vai ser feito só pela Brazilian Fish, precisa de união. Não dá pra colocar um produto no ponto de venda para concorrer da forma desleal como é feito em alguns estados, onde tem 30%, 40% de glazing”, denunciou Ramon.
Por sua vez, Nicolas Landolt, CEO da Tilabras Aquacultura, chamou a atenção para a questão da biossegurança. Ele diz que tem conversado com colegas de outros países que já enfrentam doenças que ainda não existem no Brasil e que é importante se preparar preventivamente para evitar cenários desfavoráveis: “Hoje temos poucas doenças, mas temos que controlar de forma adequada para evitar que se espalhem e que outras entrem no Brasil”, diz. Para o executivo, apostar na automação das criações como forma de driblar os altos custos trabalhistas é também uma saída.
Rentabilizar ao máximo o peixe abatido é uma das ações que dependem diretamente da indústria e é no que Juliano Kubitza, gerente da Fider Pescados, apostaria para se manter forte no mercado. Seu grupo, MCassab, agregou aos negócios uma indústria 4.0 para fabricar farinha e óleo de peixe, como estratégia para tornar a atividade da piscicultura mais rentável. Nessa planta, eles produzem uma farinha com 65% de proteína e um óleo com 0,5% de acidez: “O histórico de um ano mostra que a tilápia quase que andou de lado, enquanto o preço da ração subiu, da pandemia para cá, cerca de 80%. Então o produtor que hoje consegue fazer resultado igual ao que ele tinha lá atrás, ele teve que ficar muito mais eficiente para isso”, ensina. Para enfrentar a concorrência com a China pelas exportações, Ramon Amaral também concorda que o caminho é trabalhar melhor os subprodutos do peixe, coisa que os chineses fazem muito bem. Ele conta que seu grupo já tem um portifólio com 36 diferentes itens, entre cortes diferenciados e produtos pré-preparados. “Em condições de igualdade, nós temos sim o melhor produto. Tanto que o chinês não exporta o produto resfriado pros Estados Unidos, porque para fazer produto resfriado precisa ser muito eficiente em todos os elos da cadeia. Então temos que aproveitar e trabalhar muito bem os subprodutos pra ser competitivos”, finaliza.
Mudando de peixe para camarão
Diretora executiva da Câmara de Aquicultura do Equador, Yahira Piedrahita brindou o IFC 2022 com uma rica palestra sobre o case de sucesso de seu país na carcinicultura. Com território menor do que o Maranhão, o Equador exportou ano passado cerca de 850 mil toneladas de camarão, gerando receita de quase US$ 1 bilhão e mais de 270 mil empregos diretos e indiretos no país com a atividade, tornando-se em 2019 o maior exportador mundial do produto. A escalada rumo ao topo começou em 1979, com muitos altos e baixos em termos de produção, especialmente devido a doenças emergentes e problemas relativos a eventos climáticos. Por exemplo, em 2000 o país exportou 40 mil toneladas, 70% menos do que seu recorde anterior, em 1998, por causa de um grande surto da síndrome da mancha branca. Depois desse advento, o crescimento deixou de ter oscilações e vem sendo contínuo ao longo dos últimos 22 anos, tendo se multiplicado exatamente 22 vezes nessas duas décadas.
Apesar do crescimento impressionante, as áreas de cultivo só se expandiram em pouco mais de 20% no mesmo período, o que mostra que o sucesso se deu pela maior eficiência da indústria, que antes produzia 215 kg por hectare ao ano e hoje chega a produzir 3.900 kg. Segundo Piedrahita, se continuarem trabalhando de forma sustentável na mesma superfície, as projeções são de duplicar o atual volume até 2027. Hoje, os principais mercados do camarão equatoriano são a China (compra 52%), os EUA (20%) e a Europa (19%). Com a pandemia e as barreiras sanitárias para exportar ao mercado chinês, o Equador direcionou um volume maior para os EUA nos últimos anos, começando a agregar mais valor ao produto devido às exigências daquele mercado: camarão limpo, pré-cozido, empanados etc. A indústria precisou se transformar para isso, pois antes da pandemia não estava preparada para suprir essa demanda.
O trabalho, segundo Piedrahita, começa com a correta seleção das pós-larvas, a partir de programas nacionais de melhoramento genético, pois o Equador não importa reprodutores nem exporta animais para engorda, o que obriga as indústrias a melhorarem as práticas e os processos de seleção para obter resistência e tolerância às doenças endêmicas. O manejo das doenças foi outro ponto chave. Diferentemente dos países da Ásia que são fortes exportadores de camarão, o Equador não trabalha com reprodutores nem com larvas SPF, então os animais estão expostos a todos os patógenos e adaptados para sobreviver nessas condições em densidades médias ou baixas, o que permitiu desenvolver tolerância às doenças. Dosagem correta de alimentos – para evitar desperdício e manter a qualidade da água – monitoramento do crescimento dos animais, escolha do momento certo para despesca e garantia de rastreabilidade do produto são outros desafios sobre os quais a indústria de seu país se debruçou e fez o dever de casa.
Para completar o case de sucesso, Piedrahita cita o estabelecimento de boas relações entre os setores privado e público com o objetivo de construir as condições necessárias ao país para exportar. Ao contrário do Brasil, o Equador não tem um mercado interno ao qual possa vender, então para escoar sua produção precisa do mercado externo e de cumprir as exigências que esse mercado faz, como as certificações, a qualidade e rastreabilidade do produto e os cuidados com o meio ambiente, entre outros. E ter o apoio do governo é fundamental: “Tem que conversar, chegar com problemas e também com propostas. A postura da indústria não pode ser só a de se queixar e exigir, pois toda a resolução de problemas implica custos que nem sempre podem ser bancados apenas pelo poder público, então é preciso se comprometer também com isso e dar sua contribuição”, ensina.
Três dias repletos de conteúdo
O espaço aqui é curto para esmiuçar todos os temas do IFC 2022, mas é importante elencar que o evento tratou ainda de desenvolvimento aquícola e viabilização de pequenos aquicultores no mercado; sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança; inovação e tendências tecnológicas; sanidade, biossegurança e desenvolvimento genético; sistemas de recirculação; formulação de rações sustentáveis; reúso de água e redução de efluentes, entre tantos temas que têm atraído não somente o interesse dos atores do próprio setor como também das universidades e de parte da opinião pública, já que sinalizam para o futuro do planeta e da população. Por falar em futuro, o evento também foi palco da apresentação de um documento produzido pelo Fórum Nacional da Aquicultura e Pesca, entregue aos candidatos à Presidência da República, contendo as demandas do setor para o estabelecimento de uma política de Estado consistente para a aquicultura.
Ao fim desses três dias de debates, divulgação de informações técnicas e científicas e de confraternizações várias – entre elas um pequeno tira-gosto do 3º Festival Internacional do Tambaqui, que aconteceu dias depois em dez municípios de Rondônia, nove capitais da Amazônia Legal e em Nova York – o IFC 2022 se encerrou com saldo mais do que positivo e já com uma chamada para que os participantes marcassem na agenda a data da próxima edição, entre 19 e 21 de setembro de 2023. Até lá!