A Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) em Campos do Jordão (SP), a única instituição de pesquisa brasileira que desenvolve estudos com trutas, ampliou as suas instalações e inaugurou, em 27 de março, o Centro de Treinamento em Truticultura “Marcos Guilherme Rigolino”. A construção abriga uma sala de aula para 40 alunos e dependências para armazenamento e manipulação da ração utilizada na alimentação dos peixes. A Unidade de Pesquisa recebe anualmente cerca de 200 estudantes e truticultores em busca de conhecimentos. O nome do Centro de Treinamento é uma homenagem ao pesquisador Marcos Guilherme Rigolino, falecido em 2012, e que foi o responsável pela implantação e desenvolvimento de todas as atividades técnicas e científicas conduzidas nessa unidade.
A solenidade de inauguração foi aberta com uma palestra da pesquisadora Yara Aiko Tabata, viúva do homenageado, que apresentou todo o trabalho desenvolvido nos últimos anos na UDP e as perspectivas para o futuro. A cerimônia contou também com a presença da Secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, que em suas palavras homenageou Rigolino, lembrando que “não morre quem nos outros vive”, numa justa referência ao legado deixado pelo pesquisador.
Pesquisa
A Unidade da APTA está instalada em uma área de dois hectares, localizada dentro do Parque Estadual de Campos do Jordão e possui 760 m2 de área alagada cujas águas têm média anual de temperatura de 14,5º C. A UPD de Campos do Jordão tem como objetivos a pesquisa científica e tecnológica, a difusão de tecnologia e a produção de insumos. Sua produção anual é de 2 milhões de unidades de ovos embrionados e alevinos 100% fêmeas; ovos embrionados e alevinos triploides; e, ovos embrionados e alevinos de sexos mistos.
A pesquisadora Yara Aiko Tabata, junto aos filhos e a Secretária Mônika Bergamaschi,
descerra a placa de inauguração do Centro de Treinamento em Truticultura “Marcos Guilherme Rigolino” , marido e companheiro de trabalho de toda uma vida
Um dos destaques das pesquisas realizadas na UPD é a reversão sexual para a produção de lotes monossexo femininos, cujos benefícios podem ser vistos com o aumento da produtividade decorrente da eliminação de machos sexualmente precoces. A manipulação cromossômica por meio da triploidização também é objeto de estudos em Campos do Jordão e visa a produção de lotes estéreis, cujo benefício é o aumento da produtividade pela supressão da atividade reprodutiva, o que permite a obtenção de trutas de grande porte para suprir o mercado.
A criopreservação de sêmen de fêmeas masculinizadas é uma prática que também é feita na unidade de pesquisa, e permite a disponibilização contínua do sêmen para o processo de produção de lotes monossexo femininos. Além disso, a unidade também desenvolve pesquisas com a salmonização, focando diferentes veículos para a astaxantina com o objetivo de reduzir o custo deste importante processo que permite a obtenção de um produto com grande valor agregado.
Durante o evento foi distribuída a publicação “Boas Práticas na Truticultura”. A obra, cujo texto técnico foi elaborado por Yara Aiko Tabata e colaboradores, foi concebida para divulgar as boas práticas de produção e manejo, junto aos pequenos produtores da Serra da Mantiqueira, de forma a sustentarem melhor suas propriedades. Os interessados na publicação podem fazer contato pelo e-mail: [email protected].
