O segundo peixe mais cultivado no mundo, a tilápia, segue ameaçado por uma doença altamente contagiosa chamada vírus da tilápia do lago (TiLV). Com uma taxa de mortalidade de até 90% e sem vacinas ou tratamentos comerciais disponíveis, a enfermidade disparou alarmes entre profissionais de saúde de animais aquáticos e produtores de tilápia em todo o mundo.
Talvez aqueles em maior risco sejam os milhões de pequenos produtores de tilápia que dependem de um peixe com características de resistência para obter renda e segurança alimentar. Da mesma forma, os consumidores também devem estar preparados para sentir o impacto de qualquer surto, principalmente nos países em desenvolvimento para os quais a tilápia é uma fonte acessível de proteína e nutrição.
Embora a detecção tenha ocorrido há apenas cinco anos, o patógeno se espalhou rapidamente em 16 países de três continentes, graças a fatores que incluem o compartilhamento de fontes de água e o comércio de tilápias vivas para reprodução, e um cultivo sem as medidas corretas de biossegurança.
Enquanto a situação permanece grave, os pesquisadores do Programa de Pesquisa sobre Sistemas Agro-Alimentares e Peixes do CGIAR-FISH, instituição de extensão e pesquisa que atua em 17 países da África, Ásia e Oceania, com base na Malásia, estão confiantes em conter e minimizar o impacto do vírus, por meio de ações que vêm sendo implementadas.
“Juntamente com nossos parceiros, trabalhamos em todo o espectro, desde a pesquisa da biologia básica das vias de transmissão do vírus e enfermidades até o desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico rápido. Elaboramos um desenho dos melhores programas de vigilância de enfermidades e estamos fornecendo treinamento e materiais educacionais para as partes locais interessadas, e isso está sendo encaminhado para os países”, disse o Dr. Vishnumurthy Mohan Chadag, especialista em saúde animal aquática e principal cientista do WorldFish, instituição parceira do CGIAR.
“Os piscicultores de pequena escala são particularmente vulneráveis”, acrescentou. “Precisamos garantir que eles recebam as informações corretas para ajudá-los a identificar a presença da doença em seus viveiros e agir rapidamente para mitigar sua propagação e impacto em suas fazendas e arredores”.
Fonte: AquaHoy