A produção de camarão no Brasil vem sendo prejudicada nos últimos anos com a presença de doenças, notadamente a Mancha Branca (WSSV). Os produtores têm empreendido esforços para superar este, dentre muitos outros desafios, utilizando novas tecnologias de forma a garantir maior sobrevivência aos animais. Entretanto, a produção permanece particularmente suscetível a doenças, no horizonte surgem novos desafios como a síndrome aguda da necrose hepatopancreática (AHPNS), que se acerca já afetando as Américas do Norte e Central.
As vibrioses, como patologias de etiologia bacteriana, geralmente ocorrem quando há uma mudança repentina nas condições ambientais. Elas sido a causa de mortalidade em países produtores de camarão em todo o mundo, afetando tanto a larvicultura quanto as fases de crescimento nos viveiros de produção. As principais espécies de vibrios patogênicos que afetam a saúde do camarão são V. harveyi causando doença da cauda branca e Síndrome da Gaivota; e V. parahaemolyticus, vinculado a AHPNS e a Necrose Hepatopancreatica Séptica.
O uso de antibióticos na aquicultura durante os ciclos de produção, tanto na fase larval, bem como na fase de crescimento, com fins profiláticos e terapêuticos, vem contribuindo para o aumento da resistência bacteriana destes ecossistemas microbianos. Isto afeta a saúde pública e animal pela acumulação de resíduos de antibióticos nos tecidos do camarão.
A Legislação, as demandas dos consumidores e as estratégias de gestão sustentável, vem restringindo o número de medicamentos disponíveis para tratar estes patógenos. Portanto, tem sido utilizada a proteção com determinados produtos naturais e sintéticos como moléculas alternativas aos antibióticos. Esta ação de proteção para o animal geralmente é realizada através do alimento balanceado com a inclusão dessas moléculas. Nesse sentido, nos últimos anos, o setor de aquicultura tem se dedicado com ênfase na utilização de determinados aditivos funcionais na alimentação do camarão. Isto pode acontecer dosando-os na fábrica de ração ou no campo, como um uma ferramenta adicional no manejo, tanto para controle de doenças, como para melhorar a desempenho do camarão.
No Aquaculture Research Center (ARC) da Skretting, trabalhamos a geração de soluções, fornecidas via alimento, capazes de combater as Vibrioses que acometem o camarão. Os resultados encontrados com Lorica são o produto de uma combinação de ingredientes funcionais obtidos depois de anos de pesquisa. Neste período foi gerado uma extensa documentação com base em um grande número de testes de desafio contra V. harveyi e V. parahaemolyticus, sendo o número de substâncias testadas bastante expressivo. Essa proteção também foi observada no campo em vários países onde atuamos. Por exemplo no Equador, o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Aplicado de Skretting, analisou os dados gerados em uma fazenda de camarão localizada na província de Guayas. No final do ciclo de produção, uma diferença de mais de 25% de sobrevivência entre o tratamento com Lorica, outros produtos e o controle (Figura 1). Quanto ao rendimento em kg/ha/dia (Figura 2), houve também um aumento, neste caso superior a 60%, como consequência do aumento da sobrevivência e do peso final (Figura 3). O crescimento foi maior para o grupo de camarões alimentados com Lorica em comparação aos outros alimentos.
O exposto acima mostra os mais recentes avanços no tratamento de doenças através de uso de moléculas alternativas, ao mesmo tempo que gera maior produtividade e rentabilidade no cultivo do Camarão
O emprego de Lorica é uma alternativa válida ao uso de antibióticos e, acima de tudo, considerando que estes compostos não requerem tempo de retirada prévio nem causam resistência em bactérias patogênicas presentes no sistema de produção.