Informe Empresarial: Nutron

Mercado de Camarões Conta com Ração Diferenciada para Sistemas com Produção Intensiva

Alexsandra Caseiro
Nutron Alimentos Ltda.
Gerente de Aqüicultura [email protected]


Desde maio deste ano, a Nutron Alimentos disponibilizou no mercado a sua linha de rações para camarões marinhos, desenvolvida especificamente para produtores que buscam a otimização de uso das unidades de cultivo com a intensificação de produção. Utilizando os mais modernos conceitos de nutrição, a empresa se antecipou no trabalho com novas tecnologias de produção de rações de camarão e lançou a ração extrusada de alta densidade ProAqua Camarões 35.

O fato do camarão comer no fundo e a necessidade de fazer a ração afundar, levou a necessidade de efetuar uma série de adaptações nos equipamentos e ajustes de processos, para produzir uma ração extrusada que afunde

O uso da ração ProAqua Camarões 35 permite o incremento da biomassa a ser produzida por hectare, sem afetar negativamente os resultados de ganho de peso semanal e sobrevivência dos camarões, bem como tempo de cultivo e fator de conversão alimentar. Isto é possível pelo fato do produto possuir uma formulação diferenciada que resulta em um menor impacto poluente dentro dos viveiros de engorda, e também por ser produzido através de um processo que confere à ração maior digestibilidade, atratividade, além de melhor uniformidade e estabilidade em água.

Com a finalidade de comprovar as vantagens do uso de um produto com formulações e processo de produção diferenciados, a Nutron Alimentos, antes de lançar o produto no mercado, conduziu cultivos entre nov/02 e mar/03 junto a uma fazenda de 42 ha de área, localizada no estado do Ceará. Vale informar que este período foi marcado pelo aumento na salinidade da água da fazenda, entretanto os níveis atingidos não foram suficientes para comprometer os dados de ganho de peso semanal.

O cultivo foi conduzido nas seguintes condições: (1) densidade de estocagem inicial – 50 camarões/m2, (2) potência de aeração – 6 hp/ha, (3) número de bandejas – 50/ha, (4) freqüência de alimentações – 3 vezes/dia, (5) controle diário dos níveis de oxigênio dissolvido, temperatura, transparência, pH e salinidade, (6) realização de biometrias semanais a partir do 28o dia de cultivo, com amostragem mínima de 100 camarões amostrados em diversos pontos dos viveiros (4 a 6 pontos), e (7) troca de água quando necessário no final do cultivo. Todos os viveiros foram estocados com PL13, sendo que o cultivo foi conduzido até o momento em que o preço de venda se tornasse atrativo ao produtor. Dados de peso médio das biometrias são apresentados no gráfico1.

Como a propriedade trabalhava com apenas um fornecedor de ração (Fornecedor A) na ocasião das avaliações, os pesos médios do melhor resultado e do pior resultado dos viveiros que receberam esta ração foram utilizados para efetuar um comparativo de peso médio.

No que diz respeito ao tempo de cultivo, os viveiros que receberam ração do Fornecedor A (viveiros 4 e 5) foram despescados com os pesos de 13,4 e 13,7 g e com tempos de cultivo de 126 e 119 dias. Já os camarões alimentados com a ração ProAqua Camarões 35 (viveiro 9) foram despescados com 14,7 g em 107 dias. Considerando um peso semelhante ao da despesca dos viveiros 4 e 5 (13,5 g) para o viveiro 9, o camarão poderia ser comercializado em 97 dias de cultivo e o fator de conversão alimentar seria 10% mais baixo do que foi observado para os camarões dos demais viveiros com pesos semelhantes.

Gráfico 1. Dados de peso médio coletados nas biometrias semanais para os viveiros avaliados.
Gráfico 1. Dados de peso médio coletados nas biometrias semanais para os viveiros avaliados.

No que diz respeito aos índices de sobrevivência, todos os viveiros apresentaram valores próximos a 70%, o que significa que a biomassa produzida do viveiro 9 esteve entre 7,3 a 9,1% acima dos demais viveiros.

Para evitar qualquer dúvida sobre os resultados levantados na avaliação, também foi feita uma comparação com os dados de cultivos anteriores do viveiro 9. Considerando a estocagem de 50 camarões/m2, os dados apontam que no ciclo 1 e 2 foram despescados camarões de 12,4 g em 105 dias e 12,7 g em 111 dias, respectivamente. Apenas para o primeiro ciclo a sobrevivência foi superior ao que foi observado neste cultivo, sendo de 75%.

Os cálculos da viabilidade econômica dos viveiros 5 e 9 foram feitos para quantificar o real benefício do uso de uma ração mais elaborada. Entretanto, na época em que os experimentos foram realizados, a cotação do dólar (moeda usada para calcular o preço de venda do camarão) era equivalente a US$ = R$ 3,50. Hoje, considerando a redução na cotação desta, teríamos o tempo para retorno do capital investido de 1 ano e meio para o uso da ração ProAqua Camarões 35, enquanto que para o viveiro 5 seria de 3 anos e 4 meses, representando um diferencial de 22 meses para que a atividade pague o investimento (gráfico 2).

Os dados apresentados pelo gráfico 2 demonstram que o uso de uma ração produzida com formulação e tecnologia de produção diferenciados, permite a quem trabalha com a produção de camarão, aumentar a rentabilidade da atividade, fazendo com que todo o capital investido retorne em menor tempo de operação.

Frente a responsabilidade e compromisso de manter ou melhorar os resultados de campo aqui apresentados, a Nutron Alimentos tem mantido acompanhamento técnico contínuo do desempenho da sua ração em inúmeras fazendas de camarão, hoje operando sob diversas condições de cultivo e diferentes níveis de densidade de estocagem.

Gráfico 2. Avaliação da viabilidade econômica dos viveiros 5 e 9 frente aos resultados apresentados. Observação: análise considerando cotação de dólar de US$ = R$ 2,90 para calcular o preço de venda por kg de camarão em função da sua classificação.
Gráfico 2. Avaliação da viabilidade econômica dos viveiros 5 e 9 frente aos resultados apresentados. Observação: análise considerando cotação de dólar de US$ = R$ 2,90 para calcular o preço de venda por kg de camarão em função da sua classificação.