Os peixes, como os demais animais, estão sempre vulneráveis aos ataques de indivíduos causadores de doenças parasitárias. Protozoários, fungos, vermes, sanguessugas, copépodos e moluscos são parasitos que podem se instalar em diferentes órgãos ou partes do corpo como brânquias, superfície, boca, narina e órgãos internos.
Cada tipo de parasitismo apresenta sintoma distinto e para o tratamento adequado é necessário a perfeita identificação do parasito, evitando-se com isso prejuízos crescentes aos criadores.
A maioria das drogas utilizadas no tratamento das doenças causadas pelos parasitos só são eficientes para certos grupos e o uso inadequado retarda o controle, o que pode resultar na morte de vários peixes.
No sentido de alertar os piscicultores, a professora Cláudia Portes, da Universidade Santa Úrsula, especialista na identificação de parasitos, lembra que um peixe parasitado quando introduzido em um ambiente confinado dissemina em pouco tempo seus parasitos por toda a criação. Quando isto ocorre, as perdas aumentam consideravelmente e as despesas com o tratamento se multiplicam.
PREVENÇÃO CONTRA CONTAMINAÇÕES
Antes de colocar matrizes ou alevinos em aquários ou viveiros de criação, deve-se submetê-los a uma quarentena, por período variável, que permita observação rigorosa sobre os sintomas característicos de cada tipo de parasito.
Como a quarentena nem sempre é possível à maioria dos pequenos e médios piscicultores, pode-se adotar um tratamento profilático preventivo que consiste em colocar matrizes ou alevinos em solução de 5 ppt ( cinco gramas de sal grosso para cada litro de água) e adicionar à água salinizada 2 ppm ( 2 mg por litro) de permanganato de potássio. Nessa solução a grande maioria dos parasitos se desprende. Em seguida submete-se os animais a um banho em água limpa e logo após já podem ser colocados nos locais de criação. Essa prática, com boa margem de segurança, evita a propagação de parasitos e a ocorrência de doenças por eles causadas. Deve se tomar cautela na dosagem do permanganato para que seja precisa, pois o excesso pode ser letal.
A forma tecnicamente correta para identificação de parasitos é submeter um exemplar parasitado a exame de laboratório. Contudo, explica Cláudia Portes, é importante que o peixe a ser examinado seja colocado em uma solução com sete partes de álcool e três partes de água limpa. a recipiente, que só pode ser de vidro, deve ser herméticamente fechado e em seu interior deve ser colocado um papel com a indicação da espécie, local de criação e procedência escritos a lápis.
Maiores informações sobre os parasitos de peixes podem ser obtidas através da Professora Cláudia Portes Santos Silva, do Departamento de Biologia Animal da Universidade Santa Ursula, Rua Jornalista Orlando Dantas, 59 – Botafogo – 22231, Rio de Janeiro, RJ, ou escrevendo para o Panorama da Aqüicultura.