John Jensen volta ao Brasil para lançar nova tecnologia que substitui graxarias e ainda faz a farinha

Uma nova tecnologia para processar resíduos de abatedouros, acaba de chegar ao Brasil e substitui com êxito as tradicionais graxarias que produzem farinhas, sebo, óleo e outros subprodutos provenientes do processamento. A apresentação dos equipamentos no Brasil ficou a cargo do Dr. John Jensen, especialista que ficou muito conhecido na aqüicultura brasileira, quando na década de 70, no início de sua carreira, ajudou diretamente no desenvolvimento da piscicultura brasileira, atuando inicialmente no Estado do Ceará. Após mais de uma década trabalhando e residindo no Brasil, Jensen retornou para os EUA, onde lecionou na Auburn University, quando se aposentou ocupando a diretoria de ensino da instituição.

Na primeira quinzena de abril, John Jensen, que agora presta consultoria para a Falcon Protein e Jim McPhail, gerente geral da empresa, passaram duas semanas no Brasil, a maior parte do tempo no Estado do Paraná, onde visitaram abatedouros de frangos e tilápia. O objetivo foi promover o lançamento de um novo processo desenvolvido pela Falcon Protein chamado “Agricultural Byproduct Value Recovery System” (ABVRS), uma alternativa para a graxaria, o tradicional sistema para tratar resíduos de abatedouros.

A tecnologia de ABVRS foi pesquisada pelo Department of Fisheries and Allied Aquacultures, da Auburn University, no Alabama, EUA, e sua comercialização está sendo feita através de uma parceria entre a Auburn University e um grupo de investidores particulares. A meta da Falcon Protein é o processamento dos subprodutos de resíduos animais para convertê-los em farinha de valor no mercado doméstico e internacional.

Segundo John Jensen, a nova tecnologia da Falcon Protein se destaca na tecnologia usada nas graxarias, por ser um processo que é realizado em apenas uma etapa, sem efluentes poluidores e odores, podendo operar até mesmo dentro de instalações de pequeno porte. O sistema ABVRS pode processar uma variedade de subprodutos, entre eles peixe inteiro ou resíduo de peixe; resíduo de frango; resíduos de incubatórios de aves; resíduos de camarão e caranguejo e até mesmo esterco.

Na tecnologia empregada pelo ABVRS não é necessário cozinhar e desidratar o subproduto para separar sólidos e gordura. John Jensen explica que é utilizado o ar aquecido, que evapora 90% da água, num processo conhecido como “evaporação flash”. O vapor é removido e lançado ao ar livre totalmente limpo e sem mau odor. Os sólidos passam pelos ciclones como farinha contendo a gordura e a proteína. Dependendo do que se deseja, a gordura pode ser mantida intacta na farinha ou pode ser separada com a ajuda de uma espécie de prensa. Outra enorme vantagem é que o sistema ABVRS não utiliza água no processo, não produzindo assim efluentes poluidores.

A Falcon Protein dispõe de oito modelos de equipamentos ABVRS que podem ser acomodados em abatedouros ou frigoríficos de pequenos até grande porte. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: [email protected]. Jensen e McPhail estarão no Brasil novamente em maio deste ano.