Laboratório de Processamento de Peles de Peixes é inaugurado em Maringá

Com a presença de representantes de instituições e empresas que auxiliam direta ou indiretamente na execução de projetos de pesquisas com peles de peixes, foi inaugurado no dia 15 de abril o Laboratório de Processamento de Peles de Peixes e Demais Espécies de Pequeno e Médio Porte. O laboratório faz parte de um projeto desenvolvido pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) para o aproveitamento das peles de peixes provenientes dos resíduos de filetagem dos pesque-pague e aqüicultores da região.

O projeto conta com apoio da SEAP, que destinou R$ 130 mil para a aquisição de equipamentos para o curtimento, acabamento e testes de resistência dos couros, da FADEC – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e da Prefeitura de Maringá, que disponibilizou uma área de 300m2 para a sua instalação, além do apoio da UEM, através de pessoal e infra-estrutura de laboratórios.
Para dar suporte ao projeto, a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação, através da EDUEM-Editora da Universidade de Maringá, viabilizou como material didático a edição do manual de curtimento, “Tecnologia para processamento das peles de peixe”, que pode ser adquirido com algumas amostras de peles de peixes curtidas, com e sem acabamento.

A UEM em conjunto com a UNESP de Jaboticabal e a Uniderp de Campo Grande-MS, já vem realizando trabalhos científicos na área de peles de peixes, abordando a histologia da pele, a microscopia eletrônica de varredura e, mais recentemente, os testes de resistência dos couros de diversas espécies com potencial para a indústria coureira. Com a montagem do novo laboratório, as pesquisas se intensificarão, não só com as peles de espécies de peixes de água doce, mas também marinha.

Segundo Maria Luiza Rodrigues de Souza, professora do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá, essas tecnologias de aproveitamento de subprodutos de pescado, principalmente de peles de peixes, já estão disponíveis e vêm sendo divulgadas e repassadas para a comunidade. A professora julga, porém, que trabalhos científicos a respeito da qualidade das peles ainda são poucos, e necessitam de mais pesquisas. As técnicas de curtimento que estão à disposição para os piscicultores são extremamente simples e ecológicas, mas existem também técnicas mais sofisticadas com ou sem o uso de sais de cromo. Uma vez curtidas, as peles podem ser comercializadas a um preço que varia de meio a um dólar a unidade, e de 50 a 130 dólares/m2 das mantas, peças unidas por um sistema de corte e costura.

A UEM conta ainda com várias técnicas para o acabamento dos couros e oferece cursos de extensão para a comunidade. O curso de Pós-graduação conta com a disciplina intitulada “Tópicos especiais – Tecnologia de Peles e Couros” em nível de mestrado e doutorado.