Lançamentos Editoriais #190


Boletim da aquicultura em águas da união 2021: relatório anual da produção

Assim como nos três anos anteriores, a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP/Mapa) publicou, em 29 de dezembro de 2022, o Boletim da Aquicultura em Águas da União, com os dados referentes à produção de pescado nesses ambientes em 2021. As informações são oriundas do Relatório Anual de Produção (RAP), com dados informados pelos aquicultores que mantêm contrato de cessão de uso de espaços físicos em águas da União.

Gerado a partir das informações declaradas pelos aquicultores naquele relatório, o boletim serve para informar à sociedade como as águas da União – esse patrimônio de todos e que é composto por lagos, rios, açudes, reservatórios de domínio da União, o Mar Territorial (12 milhas) e a Zona Econômica Exclusiva (200 milhas) – estão sendo utilizadas para a geração de emprego e renda, colaborando assim para promover a segurança alimentar e a dignidade no campo. 

Leia também: Fenacam’22: uma demonstração da disposição de crescimento do setor

O Relatório Anual de Produção (RAP 2021) foi disponibilizado para preenchimento pelos aquicultores entre 1º de janeiro e 31 de março de 2022, no site do Mapa. Para a confecção do boletim, foram extraídos os dados de produção de 1.139 relatórios válidos, sendo 695 de piscicultura, 440 de malacocultura e 4 de algicultura. Não foram considerados os contratos de cessão de uso do reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, uma vez que os Parques Aquícolas estão sem funcionar desde 2019.

Além dos amplos capítulos dedicados à piscicultura, à malacocultura e à algicultura em 2021, o boletim apresenta ao final dois importantes anexos, mostrando uma síntese de como vem sendo o desenvolvimento da piscicultura e da malacocultura entre 2019 e 2021 nas águas da União – no caso da piscicultura, detalhando por cada reservatório, número de cessionários, percentual de entrega do RAP, produção total regularizada e produção declarada; já na malacocultura o detalhamento é feito por municípios.

O download do documento pode ser feito em : rb.gy/g29sd3


Censo da carcinicultura dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí 

Uma completa radiografia da indústria da carcinicultura marinha nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí pode ser conferida neste Censo da Carcinicultura 2021 que foi disponibilizado em dezembro passado pela Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC). A versão digital já pode ser obtida em: https://rb.gy/cxpw11, enquanto os exemplares impressos serão oportunamente distribuídos aos associados.

Os dados completos sobre a produção do camarão Penaeus vannamei – confira na página 7 desta revista: o Litopenaeus vannamei voltou a se chamar Penaeus – nesses três estados, no período de 2020 e 2021, incluindo a dimensão física das áreas de cultivo, características tecnológicas, econômicas, sociais e ambientais ligadas à produção estão registrados na publicação, que é leitura obrigatória para todos que atuam no ramo.

O objetivo do robusto levantamento, segundo a ABCC, é fornecer dados confiáveis e de máxima precisão possível para orientar as políticas setoriais em defesa de seus associados, visto que a carcinicultura brasileira vive um momento de grandes possibilidades de expansão e até mesmo de reconquista do mercado externo, no qual teve grande desempenho na primeira década deste século. 

Leia também: Aeração, oxigenação e recirculação de água – equipamentos e eficiência  

No texto de introdução da publicação, a ABCC revela que optou por realizar o censo no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte devido a informações oficiosas de que esses três estados concentravam expressiva maioria das fazendas de camarão marinho no Brasil.  Com a sistematização das informações dessa que seria a maior parcela dos negócios brasileiros de carcinicultura e sua ampla divulgação, a associação espera fornecer aos interessados material suficiente para orientar a concepção, estruturação e encaminhamento de ações e planos que contribuam para a atração de mais investimentos para o setor já instalado e também para a expansão dos negócios naqueles e outros estados do nordeste brasileiro.


Plano Nacional de Desenvolvimento da Aquicultura – PNDA

Elaborado pela Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP/Mapa) em parceria com empresas e entidades do setor aquícola brasileiro, o Plano Nacional de Desenvolvimento da Aquicultura (PNDA) para o decênio de 2022-2032 foi lançado no fim do ano passado em Brasília. Trata-se de um documento expressando uma política de governança e implementação de planejamento para estimular o crescimento do setor, com o objetivo de atrair investimentos que proporcionem o desenvolvimento sustentável da atividade ao longo dos próximos dez anos.

O PNDA é composto por 12 programas e 7 eixos e ações estratégicas – decididos durante oficinas realizadas com representantes do setor – que devem ser executados ao longo do prazo fixado para alcançar os objetivos estabelecidos.

Os programas são: Regularização Ambiental e Fundiária; Gestão e Geração de Dados e Informações Aquícolas; Modernização da Aquicultura Brasileira;  Desenvolvimento da Aquicultura Ornamental; Ordenamento da Aquicultura em Águas da União; Apoio à Pesquisa, Inovações Tecnológicas e Extensão; Sanidade Aquícola; Atração de Investidores para Aquicultura; Marketing e Comunicação; Sustentabilidade, Serviços Ecossistêmicos e Mudanças do Clima; Exportação de Produtos da Aquicultura Brasileira; Fundo para Fomento e Seguro Aquícola.

Leia também: Robins McIntosh na Fenacam 2022: Especialista explicou por que o Brasil não é uma superpotência do camarão

Já os eixos e ações estratégicas compreendem: Governança e Fortalecimento Institucional; PD&I e Extensão Rural; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Desenvolvimento da Competitividade do Mercado Interno e Externo; Estrutura, Organização e Fomento da Cadeia Produtiva; Sanidade, Biossegurança e Bem-Estar Animal; Geração e Gestão de Dados.

Esses programas e eixos contemplam possíveis soluções para as debilidades de ordem estrutural e funcional elencadas durante as oficinas, e que limitam o desenvolvimento do setor aquícola nacional. Seu enfrentamento, conforme prevê o plano, caberá ao próprio setor produtivo, por meio da Câmara Setorial da Produção e Indústria de Pescado do Mapa, estabelecendo os prazos (curto, médio ou longo) de cada ação prevista, assim como indicando seus responsáveis e estabelecendo o montante de recursos financeiros necessários para sua execução.

O PNDA pode ser obtido em: https://rb.gy/mfn2dm


Bases para o manejo alimentar sustentável na piscicultura 

Publicado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o livro “Bases para o manejo alimentar sustentável na piscicultura”, de Roselany de Oliveira Corrêa e Rayette Souza da Silva, presenteia o leitor com uma série de práticas que podem reduzir os riscos econômicos na criação de peixes, assim como garantir o bem-estar animal e alavancar a produtividade dos negócios aquícolas, causando mínimo impacto ambiental e proporcionando maior lucratividade. Parece milagre? A pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA) Roselany prefere chamar de bom planejamento e gestão sustentável da propriedade: “Os produtores conseguem otimizar o aproveitamento do alimento utilizado na criação e reduzir o desperdício quando adotam boas práticas no manejo alimentar rotineiro e na avaliação do desempenho zootécnico”, ensina.

A pesquisadora entende que resolver os problemas de alimentação é algo imperativo na piscicultura brasileira, sem o que fica difícil sustentar um empreendimento, visto que o valor despendido com ração chega a representar 60% do custo total de produção. Uma equação sobre a qual vale a pena se debruçar para buscar melhores resultados, uma vez que a alta disponibilidade de águas, condições climáticas e de solo e crescente demanda para os produtos de aquicultura marcam esse mercado com o carimbo de muito promissor para o futuro.

Leia também: Lactococcus petauri: um novo patógeno para a tilápia, em rápida expansão no país

Entre outros dados, a publicação cita uma estimativa de que até 2030 pelo menos 60% dos peixes disponíveis para consumo humano terão sido produzidos em cativeiro.

Além de reunir em seu livro o que há de mais atual nos conhecimentos teóricos sobre a alimentação em piscicultura, Roselany e Rayette oferecem também ao leitor um punhado de orientações práticas sobre o tema: “Apresentamos um conjunto de conhecimento e ações básicas que, se bem aplicadas, tornam a piscicultura uma atividade duradoura e sustentável”, afirma Rayette Souza da Silva, professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará.

O livro pode ser obtido em: https://rb.gy/6nxbye