ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS
Tópicos Especiais
A Editora da Universidade Federal Rural da Amazônia (Edufra) lança o livro “Ecossistemas Aquáticos: tópicos especiais”, organizado por Raimundo Aderson Lobão de Souza ([email protected]), com revisão técnica do pesquisador Willian Leslie Overal ([email protected]). A publicação reúne pesquisadores de diversas instituições, o que permite ao leitor um amplo conhecimento nas áreas de Ciências Agrárias, Biologia, Ecologia e Engenharia de Pesca e uma visão sistêmica da água, nos diferentes campos. São ao todo 13 capítulos que trazem como temas o uso, o manejo e a poluição aquática do ecossistema de várzea; metais pesados no ambiente; aquicultura de água doce e marinha; formulação de rações para organismos aquáticos; bioindicadores aquáticos; utilização da calceína como nova técnica de marcador de crescimento na ostreicultura; plataforma continental do rio Amazonas; genética molecular de peixes e desembarque e beneficiamento do camarão da Amazônia em Tucuruí – PA.
O tema dos bioindicadores aquáticos se destaca como uma ferramenta essencial no monitoramento da qualidade ambiental. A coletânea desses distintos temas sobre o ecossistema aquático proporciona um amplo aprendizado, ao mesmo tempo em que permite o acesso ao conhecimento dos múltiplos usos da água a estudantes de graduação e pós-graduação.
A aquicultura de água doce e aquicultura marinha são abordadas como de grande importância para os que querem se dedicar ao setor, em virtude da geração de renda e de segurança familiar. O texto destaca a formulação de rações, como um assunto importante para diminuir o custo da alimentação de organismos aquáticos com dietas alternativas. Também são citados os impactos provocados pela atividade.
Aos interessados, as informações sobre como adquirir o livro podem ser obtidas diretamente na editora Edufra: https://bit.ly/2KoCsC0
SUBSÍDIOS TÉCNICOS À IMPLEMENTAÇÃO DO REGIME ADUANEIRO DE DRAWBACK PARA EXPORTAÇÕES DE TILÁPIA
Em 2017, o país exportou apenas 669 toneladas de tilápia, o equivalente a 0,24% da produção naquele ano. O elevado custo de produção foi um dos principais gargalos à exportação deste produto ao tornar o preço de venda menos competitivo, se comparado ao de outros países exportadores como Honduras e Equador.
Com o intuito de melhorar as condições para tornar a exportação de peixes cultivados uma boa opção comercial, a Embrapa Pesca e Aquicultura e a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) realizaram ações para viabilizar, junto ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a implementação do regime aduaneiro de drawback para as exportações de tilápia. O drawback para exportações de tilápia foi aprovado pelo MDIC no último trimestre de 2018 e já está sendo utilizado por empresas do setor desde o início de 2019.
Nesse sentido, a Embrapa elaborou um Comunicado Técnico “Subsídios técnicos à implementação do regime aduaneiro de drawback para exportações de tilápia”, de autoria de Manoel Xavier Pedroza Filho e Hainnan Souza Rocha, publicado em julho de 2019. O documento apresenta as principais características deste regime aduaneiro especial de apoio às exportações (drawback). O drawback é considerado um incentivo fiscal à exportação, e permite a importação ou aquisição no mercado interno, desonerada de tributos, de insumos a serem empregados ou consumidos na produção de bens destinados à exportação.
Esse instrumento de apoio ao comércio exterior foi instituído em 1966 e tem por objetivo estimular as exportações com base na premissa de não se exportar impostos. O mecanismo é utilizado por diversos países para estimular as exportações e não é considerado um subsídio perante as regras dispostas em acordos da OMC (Organização Mundial do Comércio), e permite a redução dos custos de produção de produtos exportáveis, tornando-os mais competitivos no mercado internacional.
O Comunicado Técnico da Embrapa “Subsídios técnicos à implementação do regime aduaneiro de drawback para exportações de tilápia”, pode ser baixado em https://bit.ly/2Myz5eA
Aquaponics Food Production Systems
A aquaponia é um sistema de produção de alimentos que combina a aquicultura convencional com a hidroponia (cultivo de plantas em água). A tecnologia permite condensar e comprimir a produção em espaços e locais que não são normalmente usados para o cultivo de alimentos, e fornece meios para que mais pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento, participem do processo produtivo. Pela sua importância, a atividade ganhou destaque entre as práticas para erradicar a pobreza e promover vida digna a serem estimuladas nos “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio” (ODMs) estabelecidos, em 2000, pela Cúpula do Milênio das Nações Unidas.
Recentemente, a tradicional editora Springer republicou o livro “Aquaponics Food Production Systems”, já editado anteriormente por diversas universidades (Wageningen, Gotemburgo, Greenwich e Lisboa). A boa notícia é que a Springer disponibilizou o PDF da publicação, em inglês, para download gratuito no endereço https://bit.ly/31sR0I1
O livro, que reúne um amplo grupo de especialistas de todo o mundo, é destinado a pesquisadores e produtores de aquaponia. Foi planejado para discutir, explorar e revelar os problemas que a aquaponia está enfrentando. Além da produção e do lado técnico, o livro apresenta tendências na oferta e demanda de alimentos, bem como várias implicações econômicas, ambientais e sociais da aquaponia. Inclui ainda capítulos onde discute as tecnologias de recirculação em aquicultura relacionadas com as tecnologias de hidroponia. Para os iniciantes há um capítulo sobre os conceitos básicos da aquaponia, as relações bacterianas, os sistemas acoplados e os desacoplados, o ciclo de nutrientes nos sistemas aquapô nicos, os tratamentos aeróbicos e anaeróbicos para a redução e mineralização do lodo, modelagem dos sistemas de aquaponia e os tipos alternativos de aquaponia.
DESEMPENHO ECONÔMICO E SOCIAL DA CRIAÇÃO DE TILÁPIA NO BRASIL
A FAO acaba de lançar o documento sobre a tilápia brasileira, com foco no desempenho econômico e social (Social and economic performance of tilapia farming in Brazil, no seu título original), elaborado por Renata Melon Barroso e Andrea Elena Pizarro Muñoz, da Embrapa Pesca e Aquicutura, e Junning Cai, da FAO.
Segundo a economista Adrea Muñoz, o objetivo deste documento é fornecer uma avaliação abrangente e equilibrada das dimensões técnica, econômica e social da criação de tilápia no Brasil, com foco em seus impactos socioeconômicos. O documento publicado pela FAO é baseado em dados e informações locais fornecidos por agências governamentais e institutos de pesquisa e extensão, e inclui dados de campo dos principais polos nacionais de produção de tilápia. A publicação sintetiza as informações de pesquisas publicadas em dois livros lançados pela Embrapa Pesca e Aquicultura: “Diagnóstico da cadeia de valor da tilapicultura no Brasil” e “Dimensão socioeconômica da tilapicultura no Brasil” (ver em lançamentos editoriais da edição 166). Além disso, foram incorporadas as mais recentes estatísticas da FAO sobre a produção mundial de pesca e aquicultura e comércio de commodities pesqueiras. O documento segue a estrutura de uma publicação anterior da FAO sobre o desempenho social e econômico da criação da tilápia em cinco países africanos.
A tilápia é a espécie mais popular na aquicultura em mais de 120 países ou territórios no mundo todo, diz o documento, acrescentando que nas últimas três décadas a produção mundial desse peixe cresceu a uma taxa de 11% ao ano (ou 13% em termos de valor recebido pelo produtor), indo de 300 mil toneladas (US$ 304 milhões) em 1987 para 5,9 milhões de toneladas (US$ 11 bilhões) em 2017.
Já o total da produção aquícola brasileira aumentou 14% ao ano (ou 12% em termos de valor de porteira), indo de 13 mil toneladas (US$ 56 milhões) em 1987 para 595 mil toneladas (US$ 1,5 bilhão) em 2017, um crescimento que fez do Brasil uma potência aquícola regional, contribuindo com 20% da produção aquícola da América Latina e do Caribe em 2017.
A tilápia tem sido a principal espécie cultivada e respondeu por quase metade do volume de produção aquícola brasileira em 2017. O documento da FAO avalia o cultivo e a cadeia de valor desse peixe no Brasil, examinando a tecnologia, as práticas de cultivo e o desempenho social e econômico do setor. Discute também a importância de governança para o desenvolvimento do setor, destacando potenciais, restrições e desafios, não só no desenvolvimento da tilapicultura, mas também da aquicultura em geral no país.
Nas suas conclusões, o documento da FAO afirma que “as dimensões sociais do desenvolvimento da aquicultura no Brasil merecem mais atenção, e sugere ainda que haja uma consulta participativa aprofundada envolvendo todas as partes interessadas na cadeia de valor da tilápia para delinear um roteiro de modo a ajudar, não só a tilapicultura, mas a piscicultura brasileira em geral, a se tornar um setor economicamente viável, ambientalmente sustentável e socialmente responsável”.
O documento pode ser baixado no https://bit.ly/319xdNq
MANUAL TÉCNICO DE MANIPULAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE PESCADO
A constatação de que o país perde anualmente cerca de 30% da sua produção total de pescado foi uma das razões que levaram a Embrapa Agroindústria de Alimentos, em parceria com a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ) e o Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam), a elaborar o “Manual técnico de manipulação e conservação de pescado”, uma publicação de 117 páginas disponível on-line para download gratuito.
Segundo o pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, André Yves Cribb, um dos editores da publicação juntamente com José Teixeira de Seixas Filho e Silvia Conceição Reis Pereira Mello, o manual aborda temas com potencial de contribuir não apenas para a garantia da qualidade e segurança dos produtos da cadeia do pescado, mas também para a redução das perdas. Ele foi configurado a fim de servir como fonte de consulta para a capacitação de técnicos e extensionistas, bem como pescadores e produtores, no que diz respeito à prática de despesca e obtenção de derivados do pescado. André Cribb diz ainda que “a multiplicidade e diversidade das soluções tecnológicas disponibilizadas no manual são evidentes, e traduzem o esforço criativo dos autores no sentido de assimilar e explorar os diferentes aspectos da cadeia do pescado no Brasil”. Além dos editores, o “Manual técnico de manipulação e conservação de pescado” foi também escrito pelos médicos veterinários Carlos Eduardo Ribeiro Coutinho, Flávia Aline Andrade Calixto, André Luiz Medeiros de Souza e Eliana de Fátima Marques de Mesquita.
A publicação pode ser baixada no endereço https://bit.ly/2YMpfwp