Documentos 23: Gerenciamento da tilápia nos cultivos comerciais
Em 2015, o Centro Nacional de Pesquisa em Pesca e Aquicultura iniciou um estudo sobre a cadeia de valor da tilápia com intuito de conhecer o impacto socioeconômico desta espécie no Brasil. Com apoio de parceiros regionais (Epagri, Emater-PR, UEM, CATI-SP, UNEB, ACEAQ, CENTEC e INFOPESCA), estão sendo estudados os polos produtivos de Santa Catarina, Oeste do Paraná (PR), Ilha Solteira (SP), Submédio São Francisco (BA, PE, AL), Orós e Castanhão (CE). Uma das demandas apresentadas pelo setor produtivo em entrevista de campo foi o desenvolvimento de linhagens melhoradas adaptadas às diferentes condições de cultivo do país. Este trabalho de autoria de Renata Melon Barroso (Médica-veterinária, Palmas, TO); Ruy Albuquerque Tenório (Engenheiro agrônomo, Paulo Afonso, BA); Manoel Xavier Pedroza Filho (Engenheiro Agrônomo, doutor em Economia, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura, Palmas, TO); Daniel Chaves Webber (Administrador, Palmas, TO); Luciana Shiotsuki Belchior (Zootecnista, Palmas, TO); Elda Fontinele Tahim (Engenheira de Pesca, Fortaleza, CE); Fernando Jesus Carmo (Engenheiro Agrônomo, Santa Fé do Sul, SP); Luiz Danilo Muehlmann (Médico Veterinário,Curitiba, PR) surgiu da avaliação de tal demanda, através da observação do manejo reprodutivo realizado pelas centrais de alevinagem e da gestão das fases jovens por parte dos piscicultores nos polos estudados. A partir do mapeamento da produção de alevinos dos principais polos de tilapicultura no Brasil, foi possível identificar as linhagens utilizadas, os gargalos de abastecimento e a falta de orientação e conhecimento do potencial genético das linhagens utilizadas.
Embora o desenvolvimento de linhagens de tilápias melhoradas traga um grande avanço para a indústria, a utilização dessa tecnologia com consequências setoriais relevantes é fortemente dependente de um mecanismo de gestão que inclua desde o melhoramento focado nas necessidades regionais até um plano de disseminação dessas linhagens melhoradas. Dessa forma, o presente trabalho traz também alguns exemplos da gestão da genética da tilápia aplicada em outros países e abre a discussão sobre a estratégia de disseminação das linhagens melhoradas no Brasil.
Documentos 24: A importância da organização da cadeia de valor da tilápia na gestão da crise hídrica
O agravamento da crise hídrica é um assunto sensível, pois impacta a biodiversidade, a sobrevivência humana e também aumenta a concorrência pelo uso da água. A diminuição da quantidade de água acelera o processo de eutrofização, afetando diretamente a qualidade do corpo hídrico e a capacidade produtiva para a prática da piscicultura. O presente trabalho aborda a importância da organização da cadeia produtiva para minimizar os efeitos da estiagem prolongada em pisciculturas de tilápias em reservatórios de relevância na produção aquícola do Brasil. Uma caracterização de cada reservatório estuado incluindo uma análise temporal do efeito das consequências da estiagem também é abordado, diz Eric Arthur Bastos Routledge, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento.
O documento, de autoria de Renata Melon Barroso (Médica-veterinária, Palmas – TO); Balbino Antonio Evangelista (Geógrafo, Palmas – TO); Elda Fontinele Tahim (Engenheira de Pesca, Fortaleza – CE); Ruy Albuquerque Tenório (Engenheiro agrônomo, Paulo Afonso – BA); Fernando Jesus Carmo (Engenheiro Agrônomo, Santa Fé do Sul – SP); Omar Jorge Sabbag (Engenheiro Agrônomo, Ilha Solteira – SP) descreve os impactos das estiagens prolongadas que têm acometido algumas regiões brasileiras desde 2012, sobre o setor produtivo da tilápia. Reservatórios de grande relevância para a piscicultura, como: UHE Ilha Solteira (SP); Itaparica, no Submédio São Francisco (BA/PE) e os Açudes de Orós e do Castanhão (CE), são exemplos de polos produtivos que vêm sofrendo consequente crise hídrica.
Além de informações sobre a característica produtiva, são apresentados dados socioeconômicos que demonstram que a estiagem que acomete o país e afeta o nível dos reservatórios traz consequências, não apenas para a produção de peixes, mas à economia estabelecida nas regiões que se transformaram, nos últimos anos, nos principais polos produtivos do Brasil. Discute-se como o grau de organização de cada polo produtivo é refletido nas tomadas de decisão e nas ações de mitigação, principalmente em momentos críticos, como a insegurança produtiva decorrente das consequências da estiagem. Sugere-se que os efeitos da estiagem estão mais associados ao gerenciamento produtivo do que ao aumento da mortalidade ou queda da produção.
Dessa forma, a crise hídrica chega alertando o setor produtivo e órgãos públicos sobre a importância socioeconômica de uma gestão efetiva que previna e minimize os efeitos das alterações climáticas sobre as pisciculturas. São apresentadas ainda, projeções das mudanças climáticas e seus impactos sobre os recursos hídricos brasileiros. A versão completa destas publicações pode ser baixada em: https://www.embrapa.br/en/pesca-e-aquicultura/publicacoes. E exemplares impressos podem ser adquiridos na Embrapa Pesca e Aquiculture – Quadra 104 Sul, Av. LO 1, nº 34, Conjunto 4, 1º e 2º pavimentos, Plano Diretor Sul – Palmas, TO. Fones: (63) 3229.7800 / 3229.7850.