Estudo da FAO mostra a importância da aquicultura na alimentação mundial e enfatiza o importante papel que o Brasil tem neste cenário
Prefaciado pelo brasileiro José Graziano da Silva, Diretor Geral da FAO, acaba de ser disponibilizada a publicação “O estado da pesca e da aquicultura no mundo 2016, uma contribuição para a segurança alimentar e alimentação de todos”. Segundo Graziano a pesca e a aquicultura se mantêm como a mais importante fonte de alimento, nutrição, renda e meio de vida para centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo. O estudo mostrou que a “oferta” per capita de pescado, em 2014, alcançou um recorde histórico de 20kg graças a aquicultura, que na atualidade proporciona a metade de todo pescado destinado ao consumo humano. O pescado, tanto da aquicultura como originário da pesca, segue sendo um dos produtos alimentícios mais comercializados do mundo. Graziano lembrou importantes estudos realizados por especialistas de alto nível, organizações internacionais, indústria e representantes da sociedade civil, que coincidem em destacar o potencial atual (e que será ainda maior no futuro) dos oceanos e das águas continentais para contribuir e garantir a segurança alimentar e uma adequada nutrição para os 9,7 bilhões de pessoas que comporão a população mundial em 2050.
Segundo o documento da FAO a aquicultura mundial produziu, em 2014, 73,8 milhões de toneladas de peixes, 16,1 milhões de toneladas de moluscos, 6,9 milhões de toneladas de crustáceos e 7,3 milhões de toneladas de outros animais aquáticos, um volume destinado ao consumo humano. Em 35 países a produção de organismos cultivados foi superior a captura no meio silvestre.
O governo brasileiro remeteu para a FAO dados que dão conta que a aquicultura brasileira produziu, em 2014, um total de 562 mil toneladas, o que coloca o Brasil na 14º colocação entre os principais países produtores. Neste mesmo ano, o governo brasileiro reportou uma produção pesqueira de 505 mil toneladas, fato que coloca o Brasil entre os 35 países onde a produção aquícola supera a produção pesqueira. Vale lembrar que nossas estatísticas ainda estão sendo aprimoradas. Portanto, essas informações devem ser vistas com reservas.
A publicação da FAO “O estado da pesca e da aquicultura no mundo, 2016” está disponível gratuitamente na Internet. Existem cópias em inglês (www.fao.org/3/a-i5555e.pdf) ou, em espanhol (www.fao.org/3/a-i5555s.pdf)
Piscicultura Familiar no Amazonas
A cartilha “Piscicultura Familiar no Amazonas”, elaborada por Elizabeth Gusmão Affonso e Eduardo Akifumi Ono, utiliza uma linguagem acessível para apresentar conceitos que poderão contribuir para que os pequenos produtores do Estado do Amazonas possam aprender mais sobre as técnicas de como criar peixes na região e iniciar suas pisciculturas. Elaborada com o objetivo de contribuir para que o conhecimento destas técnicas possa ser revertido em seu benefício e de sua família, a cartilha traz temas como: preparação de infraestrutura, manejo do cultivo, alimentação e aspectos sanitários. Os assuntos abordados são apresentados “passo a passo” por meio de uma linguagem dinâmica sobre a piscicultura, que conta com a participação de dois personagens, um pequeno produtor rural e uma técnica formada em aquicultura. Assim os produtores terão a oportunidade de obter respostas objetivas para dúvidas consideradas frequentes. A publicação a ser lançada em agosto próximo será distribuída em todos os Institutos de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas – IFAM, que formam técnicos em aquicultura. Receberão gratuitamente os 500 exemplares impressos da cartilha, os produtores, técnicos e alunos de ensino médio-técnico e graduação, de Manaus, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Manacapuru, Iranduba e Presidente Figueiredo. A cartilha está disponibilizada no site do curso http://pgaquicultura.inpa.gov.br