Aqüicultura e desenvolvimento sustentável
O livro escrito por Luis Vinatea Arana objetiva fornecer os subsídios para a busca de uma interação mais harmônica entre a aqüicultura, o ecossistema em que ela se insere e, principalmente, a sociedade que ela deve atender. O autor defende em seu livro que o incremento cada vez maior na produção de alimentos de origem aquática pode ser a chave para a solução da fome, mas adverte que para que esse objetivo seja alcançado, é preciso também distribuí-lo de forma igualitária e para isso, se faz necessário o planejamento de políticas mais democráticas para o futuro da aqüicultura. As propostas para esse planejamento são apresentadas de forma clara na obra onde é sustentado também que se o desenvolvimento da aqüicultura for feito de maneira correta, pode trazer soluções para a sociedade e benefícios ao meio ambiente.
Vinatea afirma ainda que, assim como o homem primitivo deixou de caçar e passou a cultivar plantas e praticar a pecuária, há uma tendência atual em abandonar gradativamente a pesca predatória nos oceanos e mares, cujos recursos são explorados de forma abusiva, e aposta na aqüicultura como forma de preservar a ecologia marinha sem prejuízo para a obtenção de alimento.
Sempre com a preocupação de adequar a aqüicultura aos conceitos modernos de desenvolvimento sustentável, o autor aborda temas como o cultivo de mexilhões, a criação de camarões marinhos em fazendas e o repovoamento de lagoas costeiras.
O livro “Aqüicultura e desenvolvimento sustentável” é uma obra dedicada não só aos criadores e interessados em aqüicultura, mas também aos que se preocupam com o futuro sadio da sociedade e do meio ambiente.
A aquisição do livro, que custa R$ 21,00 pode ser feita de duas maneiras: reembolso postal (acrescido das despesas do correio) ou depósito bancário no Banco do Brasil – Ag.1453-2 – conta corrente 204.411, nominal à FAPEU/Editora da UFSC.O comprovante de depósito deverá ser enviado via fax: (048 – 3319680), juntamente com o nome do livro e o nome, endereço e telefone do comprador.
A Engorda da Tilápia do Nilo
A Fundação Internacional da Tilápia (TIF), uma organização holandesa não governamental acaba de lançar a cartilha “A Engorda da Tilápia do Nilo”, baseada no “Manual de Extensão Simon Riases Fish”, conforme conceitos técnicos do programa de extensão em piscicultura da FAO. A cartilha, traduzida do texto original pelo professor José Jarbas Studart Gurgel, da Universidade Federal do Ceará, foi adaptada para a engorda de tilápias do Nilo, possui um linguajar extremamente simples e desenhos que ilustram passo a passo a prática da engorda. Um plano de trabalho elucida o produtor inexperiente a cada semana, orientando-o na construção do tanque, renovação da água, colocação dos alevinos, alimentação e despesca.
Dirigida especialmente à produtores e extensionistas do Brasil e de outros países onde se fala o português, a cartilha tem como objetivo o melhor aproveitamento da água e do solo e a conseqüente redução dos maléficos efeitos da fome junto à populações de baixa renda.
Os interessados em adquirir “A Engorda da Tilápia do Nilo” deverão solicita-la diretamente à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. A cartilha é gratuita mas a Fundação aceita doações. Tilápia International Foundation: Buro Central – P. Box 2375 – 3500 GJ Utrecht – Holland – fone: 030-294-8700, fax: 030 293-6810
Carcinicultura de Água Doce – Tecnologia para Produção de Camarões
Apesar de seu lançamento oficial ter sido em novembro passado durante o Aqüicultura Brasil’98, somente agora está disponível para um maior número de interessados o livro “Carcinicultura de Água Doce – Tecnologia para Produção de Camarões”, um resultado do Grupo de Trabalho sobre Camarão de Água Doce, do Departamento de Pesca e Aqüicultura do IBAMA.
A publicação objetiva padronizar a terminologia utilizada na atividade e cria um guia seguro para todas as pessoas interessadas no cultivo do Macrobrachium rosenbergii, já que segundo o editor, o professor Wagner Cotroni Valenti do Centro de Aqüicultura da Universidade Estadual Paulista – CAUNESP, existe uma divergência muito grande de opiniões e idéias.
O bonito livro editado em papel couche, capa dura e 383 páginas, apesar de direcionado aos técnicos e pesquisadores é também de utilidade à produtores que buscam mais informações sobre o cultivo do Macrobrachium, onde as melhores formas de cultivo são apresentadas em capítulos escritos por diferentes especialistas brasileiros, abrangendo todos os segmentos relativos ao cultivo de camarão de água doce.
Falando à Panorama da AQÜICULTURA sobre o livro e a situação atual da atividade, Wagner Valenti, disse que existem atualmente no Brasil cerca de 1000 hectares destinados ao Macrobrachium. Ressaltou entretanto, que as estatísticas do camarão de água doce no mundo inteiro são sempre subestimadas pois trata-se de um cultivo geralmente feito com mão de obra familiar em pequenas propriedades espalhadas nas regiões interioranas de países subdesenvolvidos, ao contrário do camarão marinho, normalmente cultivado em grandes propriedades junto ao litoral, cuja produção é destinada à exportação, o que proporciona uma estatística muito mais definida.
Valenti frisou também que as informações de que a criação de camarão de água doce está diminuindo, podem não ser verdadeiras pois, enquanto se fecha uma grande fazenda, muitas outras pequenas se abrem. “Os grandes laboratórios são poucos, cerca de meia dúzia atualmente, mas os pequenos são vários, espalhados por toda parte do país. Existe no Brasil uma capacidade instalada para produzir pós larvas capaz de atender toda a demanda, no entanto, um dos maiores problemas da engorda é a obtenção de pós larvas. No Espírito Santo por exemplo, existe um grande problema de comunicação e de transporte, e são muitos os problemas burocráticos que as larviculturas governamentais enfrentam para enviar pós larvas para outros estados, mas possuem uma boa estrutura de produção, capaz de atender quase todo Brasil, como é o caso da larvicultura do DNOCS no Ceará”.
Dentre os vários problemas enfrentados pelo cultivo do camarão de água doce, não só no Brasil mas também no Havaí e em outros lugares, Valenti destacou o uso de tecnologia inadequada como fator responsável pela falência da atividade. Como exemplo citou o sistema contínuo que é hoje reconhecidamente inviável, mas que muitos produtores ainda insistem em utilizar. “No caso da larvicultura, muitas vezes uma estrutura sofisticada acaba por ter problemas de contaminação, pois no Brasil é comum se procurar recordes de produção ao invés de se procurar lucro”.
Mas Valenti continua otimista com relação aos próximos anos, pois acredita que a atividade voltará a crescer como ocorreu com a tilápia, que um dia foi considerada praga e que hoje é tida como uma excelente espécie para cultivo no mundo todo. “No caso do Macrobrachium houve a falsa expectativa de que ele fosse substituir o camarão marinho. A maioria das grandes fazendas não tem no Macrobrachium o seu maior investimento e geralmente possuem outros interesses, fazendo com que busquem financiamento e depois abandonem o cultivo. Não são produtores, são especuladores da produção”.
Baseado na experiência dos países desenvolvidos, cujo sistema agrário se caracteriza por pequenas propriedades com mão de obra familiar, Valenti vê uma boa perspectiva para a atividade. “O Macrobracium produzido em pequenas propriedades, se encaixa muito bem neste sistema, que tende a gerar desenvolvimento sustentável pois o impacto ambiental é pequeno, e pode gerar riqueza se desenvolvido num modelo adequado. As principais universidades do mundo fazem pesquisa com o Macrobracium. O interesse não acabou, o que acabou foi o deslumbramento”.
O livro “Carcinicultura de Água Doce – Tecnologia para Produção de Camarões” custa R$ 35,00 e pode ser adquirido junto à FUNEP: Rodovia Carlos Tonanni km 5 – Jaboticabal – SP – CEP: 14870-000, fone: 0800 – 553326, fax: (016) 323-2852, email: [email protected]
Publicações do Instituto de Pesca do Estado de São Paulo
O Instituto de Pesca de São Paulo acaba de lançar as seguintes publicações: “Guia de Serviços e Produtos do Instituto de Pesca”; “Maricultura: Diagnóstico, Perspectivas e Legislação do Estado de São Paulo” e, “Aqüicultura Comercial: Regulamentação junto aos Órgãos Ambientais”.
As três publicações possuem um linguajar simples e são destinadas ao aqüicultor iniciante que precisa de orientações básicas para conduzir seu negócio. O Guia, descreve passo a passo o roteiro de procedimentos para obtenção dos diversos serviços oferecidos pelo próprio Instituto de Pesca – SP, descreve e indica como adquirir alguns produtos como alevinos de peixes e sementes de mexilhão, além de fornecer tabelas explicativas sobre os custos dos serviços oferecidos.
A publicação sobre Maricultura descreve as características das áreas costeiras do Estado de São Paulo, a situação atual da ostreicultura, mitilicultura, macroalgas carragenanas e mariscos do mangue, além apresentar as perspectivas sobre os cultivos de moluscos, peixes e crustáceos.
A publicação sobre aqüicultura comercial discorre sobre os tipos de viveiros, os procedimentos legais dos empreendimentos aqüícolas e a apresentação dos casos de isenção da apresentação da licença ambiental para fins de registro de aqüicultor. Os interessados nos cadernos publicados pelo Instituto de Pesca – SP deverão solicita-los pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone: (011) 864-6300 e fax: (011) 864-0117
Códigos para a Prática de Cultivos de Camarões com Responsabilidade
A GAA – Global Aquaculture Aliance, é uma organização não governamental financiada por grupos empresariais e instituições como a ABCC – Associação Brasileira de Criadores de Camarões, um de seus sócios fundadores. A missão do GAA é promover o desenvolvimento da aqüicultura ambientalmente responsável, indo de encontro às necessidades mundiais de alimento. Periodicamente a GAA vem lançando documentos com recomendações aos produtores, principalmente aos carcinicultores marinhos, destacando-se uma publicação gerada pelo grupo de estudos do GAA sobre mangues, após um encontro que reuniu especialistas de todo o mundo em Bangkok (1997) para discutir as interações desses ambientes e o cultivo de camarões. A última publicação lançada pela GAA no princípio deste ano Codes of Practice for Responsible Shrimp Farming ou Códigos para a Prática de Cultivos de Camarões com Responsabilidade, é uma série de nove recomendações preparadas por pelo Dr. Claude E. Boyd, abrangendo vários temas importantes, entre eles os manguezais, sanidade dos camarões, uso racional de rações, medicamentos, efluentes e relações empresariais com a comunidade e empregados da fazenda. Trata-se de um documento com 42 páginas que cumpre muito bem o papel de estimular condutas voluntárias por parte dos criadores para que seja cada vez mais estabelecidas relações amigáveis entre os empreendimentos e o meio em que estão inseridos, principalmente respeitando as comunidades locais.
Os interessados em adquirí-los gratuitamente podem solicitá-lo ao GAA pelo endereço P.O. Box 510799, St. Louis, MO 63151-0799 USA ou e-mail: [email protected] http://www.gaalliance.org