Macrobrachium rosenbergii:

Grupo se Reúne para Impulsionar a Atividade


Ocorreu nos dias 26, 27 e 28 de abril último, no Centro de Pesquisa e Treinamento em Aqüicultura – CEPTA, em Pirassununga SP, a reunião do “Grupo de trabalho do Camarão de Água Doce”. Foi na verdade a continuidade de uma reunião que iniciou-se em novembro de 1993, no congresso de João Pessoa (IV SBCC), após uma polêmica mesa redonda sobre o cultivo do Macrobrachium rosenbergii.

O “Grupo de trabalho” é formado por profissionais da pesquisa, ensino, extensão, governo e produtores, e visa debater os problemas e procurar as soluções para a crise que atinge o setor.

ESTRATÉGIA

Após o Congresso em João Pessoa, Raul Malvino Madrid, pesquisador do IBAMA, enviou um detalhado questionário aos participantes da primeira reunião, que tiveram cerca de quatro semanas para entrar em contato e preenchê-lo juntamente com todos os produtores de Macrobrachium rosenbergii da sua região/estado.

Para o segundo encontro, os participantes se reuniram na noite do dia 25/04 no aeroporto de Guarulhos, de onde seguiram para Pirassununga.

No início, foram apresentados aos participantes a situação de cada região baseado nos relatórios enviados e ficou claro que a atividade, pelo menos para os médios e pequenos produtores, está em franca decadência, a exceção de algumas poucas regiões. Os cerca de 1000 ha que eram destinados ao cultivo nos últimos anos, hoje em dia não chegam aos 300 ha.

Nos dias subseqüentes foram debatidas no CEPTA, desde a manhã até a noite, as possíveis soluções para os problemas anteriormente levantados e foram detalhados alguns planos de trabalho para que se dê um novo impulso à atividade.

RESOLUÇÕES

Dentre as resoluções prioritárias tomadas pelo grupo, está a realização de um Manual de Cultivo do Camarão de Água Doce, bastante completo, contendo aproximadamente 300 páginas, divididas em 20 capítulos sob responsabilidade de alguns participantes e revisados por todos os integrantes antes da edição final, que estará a cargo do Dr. Wagner C. Valenti, do Centro de Aqüicultura da UNESP de Jaboticabal. O manual será destinado a técnicos, analistas de projetos em bancos e profissionais ligados à área, padronizando certos pontos de vista e experiências vivenciadas no Brasil pelos participantes. Além disso, os principais capítulos do manual serão re-escritos no formato de cartilhas, em linguagem simples, de forma que os extensionistas possam apresenta-lo ao pequeno produtor de camarões, apoiado num vídeo didático que deverá ser produzido.

Para viabilizar estas e outras propostas, está sendo mobilizada por Raul Madrid junto ao IBAMA, uma verba de aproximadamente US$ 100.000 que também será aplicada em pesquisas que os participantes do grupo julgam relevantes ao desenvolvimento da atividade, como por exemplo o correto processamento e o marketing do produto.

A próxima reunião do Grupo será em outubro próximo quando se dará a realização do SIMBRAQ. Aqueles que desejarem enviar contribuições ao Grupo, poderão escrever ao IBAMA – Departamento de Aqüicultura a/c Raul Malvino Madrid no endereço: SAIN L4 Norte, CEP 70818-900 – Brasília – DF, telefone (061) 225-0415.