1.000 HECTARES DE ORGÂNICOS – No Equador, o processo de certificação orgânica para a produção de camarões marinhos é incentivado pela empresa alemã Naturland, que desde 1999 iniciou o credenciamento com o selo verde de empresas de camarão no país, permitindo a exportação para mercados com melhores preços e padrões de qualidade, como Alemanha, Suíça, França e Reino Unido. Atualmente no Equador existem cerca de 1.000 hectares de viveiros de camarão certificados. O processo de certificação necessita em parte do cumprimento não apenas das normas da Naturland, como também da legislação nacional, e deve ainda conseguir benefícios sociais decorrentes da atividade. A certificação orgânica no Equador é considerada por alguns setores ambientalistas como um espaço para promover a participação de múltiplos setores (ONGs, setor privado e setor governamental), embora a participação das comunidades envolvidas no processo apareça como algo secundário. Segundo eles, em decorrência da certificação ambiental no Equador, vários são os benefícios potenciais, tais como: acesso aos mercados, custos reduzidos, benefícios sociais e aumento de empregos.
ÁGUAS DA FLÓRIDA – Após ter sua produção certificada com o selo de orgânico do Departamento de Agricultura dos EUA, a OceanBoy Farms, maior fazenda de camarões orgânicos dos EUA, está perto de conseguir uma produção de camarões 100% orgânicos. A OceanBoy produz o camarão L. vannamei e o comercializa com a marca Florida Sweet Shrimp. Os camarões são produzidos em três fazendas localizadas há cerca de 80 km da costa, com água oligohalina proveniente de poços artesianos, que é recirculada nos viveiros de engorda, num sistema completamente sem descargas e sem renovação da água. Além das três áreas de engorda, a empresa possui uma planta processadora e um laboratório de produção de pós-larvas também certificado com o selo de orgânico, onde são produzidas Pls livres de patógenos específicos (SPF na sigla em inglês). De acordo com o Fish Farming International, a empresa opera separadamente uma fazenda de engorda de tilápias orgânicas, cuja produção é utilizada como aditivo alimentar para os camarões. Atualmente os camarões da OceanBoy são alimentados apenas com alimentos orgânicos, e a empresa está próxima de conseguir uma ração orgânica própria com base em tilápias orgânicas, grãos orgânicos e outros ingredientes. Além disso, as terras onde foram construídos os viveiros de engorda das três fazendas, foram utilizadas para a produção de vegetais orgânicos nos últimos 10 anos, o que confere garantia de qualidade também ao solo. A empresa está programada para expandir sua área de engorda até o ano de 2007, e em 2004 sua linha de processamento passou de cerca de 1,6 toneladas de camarões por hora para cerca de 5,4 toneladas por hora. A produção é comercializada principalmente para supermercados “ambientalmente conscientes”, que têm condições de pagar mais pelos camarões orgânicos, visando oferecer aos consumidores um produto mais saudável, mais saboroso e com garantia de qualidade por se tratar de um produto 100% livre de antibióticos, hormônios e outros produtos químicos.
PEIXES DINAMARQUESES – As novas regras para os produtos orgânicos anunciadas recentemente pelo Ministério da Alimentação, Agricultura e Pesca da Dinamarca, possibilitam a produção de peixes orgânicos neste país. De acordo com as regras criadas, os peixes orgânicos provenientes de cultivos em água doce e salgada poderão ser rotulados com o selo vermelho de “produto orgânico” do país. Será proibido adicionar cor aos alimentos, porém, será permitido tratar os peixes orgânicos com antibióticos somente uma vez. A maioria dos produtos orgânicos da Dinamarca está sujeita aos regulamentos comuns da União Européia, enquanto que os peixes orgânicos cultivados estarão sob a legislação nacional dinamarquesa.
TILÁPIA NO PARANÁ – A associação da empresa americana The Organic Seafood Company e da brasileira MareSea Pescados resultou na compra do frigorífico Peixe Vital, de Marechal Rondon, Paraná e da Fazenda Paturi com 40 hectares de lâmina d’água, adaptada para a criação de pescados orgânicos, com foco nas exportações para o mercado americano e europeu. O projeto prevê a produção orgânica da tilápia, desde a produção das matérias-primas agrícolas até o produto final. Esta adequação se reflete na perfeita utilização da terra, respeito e conservação dos ecossistemas associados, uso responsável dos recursos hídricos e preferência por utilização de energia de fontes renováveis. O produto final é o filé de tilápia orgânica resfriado e embalado.
NORMAS ORGÂNICAS – Os preços 30 a 40% mais elevados nas vendas na porteira das fazendas estão atraindo carcinicultores de vários países a converterem seus cultivos para o orgânico. Essa migração, de acordo com uma das principais empresas certificadoras, ajuda na sustentabilidade do setor, que vem crescendo ultimamente, com a implantação de diversos projetos em diferentes países como Vietnã, Equador, EUA, Brasil, dentre outros. A empresa certificadora alemã, Naturland criou em 1995 as primeiras normas para a aqüicultura orgânica. Em 1999 criou as primeiras normas mundiais para a produção de camarões orgânicos, tendo certificado a primeira fazenda em 2000, no Equador. Até o momento já foram certificadas pela Naturland oito fazendas e três laboratórios de larvicultura orgânicos no Equador, uma fazenda no Peru, além de grupos de pequenas fazendas de engorda na Indonésia (Java) e no Vietnã. Atualmente existem diversos projetos no Equador em fase de obtenção da certificação orgânica. A certificadora vem pesquisando junto aos países que são novos nesse setor, as condições geográficas e climáticas em que as espécies podem ser cultivadas e faz parte de um grupo de trabalho formado pelo Ministério para Proteção do Consumidor, Nutrição e Agricultura da Alemanha, para o desenvolvimento de um documento visando posicionar a aqüicultura como parte da regulamentação das fazendas orgânicas da União Européia. Fonte: Fish Farming International