Em 2003, ano da criação da SEAP, a produção total da pesca e da aquicultura foi, segundo o Ibama, 990.272 toneladas. Já em 2009, na estatística elaborada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, a produção pulou para 1.240.813 toneladas, um aumento de 25%. No que se refere a produção aquícola nesse mesmo período (2003 – 2009), este incremento foi de 49,45%, indo das 278 mil toneladas em 2003, para as 415 mil toneladas despescadas em 2009.
Os resultados de 2008 e 2009, apresentados pela primeira vez deste a criação do MPA, foram divulgados pessoalmente pelo ministro Altemir Gregolin, que enfatizou o importante papel da aquicultura para o crescimento da produção de pescado no país.
A última estatística oficial anteriormente divulgada havia sido preparada pelo Ibama, em 2007, e nela a aquicultura brasileira havia produzido 289.049 mil toneladas. Se compararmos esses números com as estatísticas de 2008 (365.367 toneladas) divulgadas pelo MPA, veremos que houve um aumento extraordinário de 26,4%. Entretanto, entre 2008 e 2009 (415 mil toneladas), o crescimento foi bem menor, da ordem de 13,76%.
Segundo o MPA, entre todas as atividades aquícolas, a piscicultura se destacou entre 2007 e 2009, com um crescimento de 60,2%. Apesar de não terem sido divulgadas as estatísticas de cada uma das espécies cultivadas no país, Gregolin adiantou que a criação de tilápia em 2009 foi de 132 mil toneladas, sendo o carro chefe da produção aquícola, representando 39% do total do pescado cultivado. Outra espécie que também apresentou um crescimento significativo de produção, segundo o MPA, foi o tambaqui, que passou de 30.598 toneladas para 46.454 toneladas/ano. Já a carcinicultura, que havia produzido 65 mil toneladas em 2007, cresceu em 2008, chegando a 70 mil toneladas, e caiu novamente em 2009, retornando aos mesmos patamares de produção de 2007.
Os detalhes da estatística, da forma como era divulgada pelo Ibama, serão disponibilizados pelo MPA até o final do ano.
Fontes da Estatística
A expectativa do Ministério da Pesca e Aquicultura é de que a produção total de pescado em 2011 atinja a meta de 1,43 milhão de toneladas, conforme foi previsto no plano “Mais Pesca e Aquicultura”, lançado pelo governo em 2008. De acordo com essas projeções, a aquicultura responderá por cerca de 570 mil toneladas/ano e a pesca extrativa, tanto marítima quanto continental, com cerca de 860 mil toneladas/ano.
Fonte: MPA
Ao contrário do que era esperado pelo setor, as informações divulgadas pelo MPA não foram as do resultado do “Censo Aquícola”, um dos mais importantes e arrojados projetos que a SEAP, agora MPA, se empenhou em realizar. As estatísticas de 2008 e 2009, recém divulgadas, foram geradas do mesmo jeito questionável que o Ibama costumava gerar essas informações. O MPA informa, no entanto, que as metodologias utilizadas, dessa vez, foram aprovadas pelo IBGE e se basearam nas informações do Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal). Em seu boletim de maio deste ano o Sindirações divulgou que a demanda por ração para organismos aquáticos em 2009 alcançou as 380 mil toneladas (300 mil para peixes e 80 mil para camarões), contra as 324 mil toneladas produzidas em 2008.
Fontes ligadas ao sindicato, no entanto, garantiram que a instituição continua com dificuldade para gerar dados precisos sobre a produção de alimentos para organismos aquáticos, visto que uma boa parte das empresas que hoje atuam no mercado faz parte do comitê de aquáticos do sindicato, dando a entender que a produção é maior que a oficialmente divulgada. Outro problema, que pode ser considerado crônico, é que as empresas não têm interesse e não gostam de divulgar os seus números para um mercado cada vez mais competitivo, como é o da aquicultura.
