Tese de Mapeamento de Mutações Genéticas do tambaqui foi vencedora do Prêmio Capes de 2018, como melhor pesquisa na área de Ciência, Zootecnia e Recurso Pesqueiro
Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) investiga mutações do tambaqui, peixe natural da região. A tese de Mapeamento de Mutações Genéticas do tambaqui, desenvolvida pelo professor José Ribamar da Silva Nunes, vencedor do Prêmio Capes de 2018, como melhor pesquisa na área de Ciência, Zootecnia e Recurso Pesqueiro, é uma pesquisa aplicada a espécies que não possuem genoma definido. O intuito era identificar mutações e características de interesse econômico e social.
O estudo foi aprasentado pela Ufam no final de maio, juntamente com outros projetos de produção do conhecimento pela universidade pública federal. A segunda edição do Imprensa Vip, divulgou projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos por professores e alunos da instituição.
Segundo o professor, José Nunes, um dos objetivos da pesquisa genética do tambaqui era identificar as mutações que estivessem relacionadas a reposta da espéie em relação às mudanças climáticas. Para saber o modo como cada peixe se adaptaria, a pesquisa foi aplicada em outras regiões, além do Norte.
“O cenário, daqui alguns anos, será diferente. A alteração no ambiente afeta os peixes e a estimativa é de que a produção caia. Com isso, o objetivo era descobrir quais mutações poderiam ser selecionadas para adaptar o peixe a produzir em cenários extremos”, explicou.
No decorrer da pesquisa, o professor conseguiu identificar uma população de tambaqui que não produz espinha intramuscular. São grupos que já nascem sem espinha, uma população criada em cativeiro, sem a necessidade de fazer algum tipo de mutação. “No mapeamento, foram identificados 13 genes que estão relacionados as estas mudanças. Foram identificados alguns mecanismos genéticos e, no genoma do tambaqui, foram identificados quase 200 mil mutações”, disse.
A pesquisa foi feita durante o período em que estava fazendo doutorado, na Universidade de São Paulo (USP), entre os anos de 2013 a 2017. O projeto contou, ainda com o apoio de universidades internacionais, no Estados Unidos, onde foi feito o mapeamento, e na China, que despertou interesse em saber como os peixes estavam nascendo sem espinha.
A pesquisa foi desenvolvida, também, em Mogi das Cruzes, onde o levantamento de dados foi realizado. O Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) também faz parte do projeto. Nunes afirmou que o trabalho está em fase de publicação. Será o primeiro mapa do tambaqui a ser publicado e as pesquisas continuarão.
Fonte:
Stephane Simões – [email protected]
https://d24am.com/amazonas/mutacao-do-tambaqui-e-pesquisada-na-ufam/