A Prevenção é o Melhor Remédio
Segundo nota publicada na revista Aquanotícias, na Noruega, o uso de antibióticos diminuiu mais de 99% nos últimos 13 anos. Em 1999 a produção total de salmão do Atlântico e de trutas foi de 459.000 toneladas e o uso de antibióticos alcançou apenas 591 Kg. Como conseqüência, os custos de produção reduziram em 65% nos últimos 10 anos e as mortalidades reduziram pela metade, melhorando a gestão econômica. Esta redução se deveu à vacinação sistemática dos peixes. Na Noruega, 100% dos peixes transferidos para a água do mar são vacinados com produtos polivalentes injetáveis. Além dos benefícios citados, outro aspecto importante é o de diminuir os problemas da resistência aos antibióticos.
Reversão Sexual
A fertilização de ovos normais com sêmen de fêmeas masculinizadas é um método comumente utilizado para a produção comercial de lotes monossexos femininos de truta arco-íris. As fêmeas masculinizadas desenvolvem testículos anatomicamente alterados e na maioria das vezes, com ductos espermáticos ausentes, sendo necessário o sacrifício dos animais e a remoção cirúrgica das gônadas para utilização do sêmen. O sêmen coletado diretamente do testículo apresenta uma redução na taxa de fertilização, provavelmente, em razão da presença de grande quantidade de espermatozóides imaturos, dificultando ainda mais a sua criopreservação. Com o objetivo de verificar as doses mais eficazes para a obtenção de fêmeas masculinizadas com ductos espermáticos funcionais, alevinos na fase inicial de alimentação foram alimentados com dietas contendo 125, 250 e 500 mg de 17a-metiltestosterona (MT)/Kg de ração, durante 70 dias (1.038ºC dias). Ao final do tratamento hormonal foram selecionados 50% dos alevinos de cada grupo que apresentaram melhor crescimento e mantidos sob condições normais de cultivo. Aos 2 anos de idade, durante o período reprodutivo foi feita a sexagem dos animais pela observação das características sexuais secundárias e as fêmeas revertidas foram submetidas a massagem ventral para verificar a fluidez do sêmen. Os resultados mostraram que a MT nas doses empregadas alcançou elevadas taxas de masculinização de fêmeas (88, 99 e 94 %, respectivamente, para as doses de 125, 250 e 500 mg), contudo apresentou uma ação moderada na obtenção de fêmeas com ductos espermáticos funcionais, sendo neste caso, a maior taxa (31%) obtida com a dieta contendo a menor dose de MT. Mais informações com Yara Aiko Tabata, pesquisadora do Núcleo Experimental de Salmonicultura do Instituto de Pesca – APTA – SAA/SP, e-mail: [email protected]
XV ENA
O XV Encontro Nacional da ABRAT acontecerá no Grande Hotel Campos do Jordão Hotel-Escola SENAC, em Campos do Jordão – São Paulo nos dias 24 e 25 de novembro. Na programação está prevista a exposição comemorativa aos 15 anos ABRAT, uma visita ao Núcleo Experimental de Salmonicultura e um almoço de confraternização com a Oficina dos Sabores no dia 25. Para o dia 24 estão agendadas duas palestras referentes à Rotulagem Nutricional e à Legislação Ambiental, bem como uma mesa redonda para dar continuidade aos trabalhos da Plataforma do Agronegócio da Truticultura e um debate sobre as prioridades da Associação para o ano 2002. No final da tarde haverá a Assembléia Originária da ABRAT. A presença dos truticultores no Encontro é fundamental. Mais informações sobre como participar do evento podem ser obtidas pelos fones (49) 222-2921 ou (12) 3643-9233.
Regional em Ação
A Regional Sul da ABRAT (RG, SC, PR) festeja os avanços na divulgação da atividade. Estes avanços podem ser medidos pelo aumento de consultas para novos investimentos, pelo número crescente de associados à ABRAT e pelo maior consumo de truta. A Regional Sul participa da Câmara Setorial de Aqüicultura de Santa Catarina e dos Comitês de Micro-bacias. A truta vem sendo incluída em festas regionais, nos cardápios dos restaurantes e está cada vez mais na mídia. Muitos eventos realizados estão fortalecendo a atividade e o projeto Rota da Truta que integra a comunidade, prefeituras, setores privados e governamentais ligados ao turismo e à produção. Os próximos desafios são: I Festival Gaúcho da Truta (Salão Gaúcho de Turismo); Participação na 22a Mostra do Campo em Bocaina do Sul, com curso de culinária, concurso de pratos típicos da Serra Catarinense e lançamento do receituário: “Truta – Sabores da Serra Catarinense” (abril/2002)
Será possível Tropicalizar a Truta?
Como é típico dos peixes salmonídeos, a truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss) é uma espécie exclusivamente de água fria. O período de desenvolvimento do embrião dos salmonídeos dentro do ovo é especialmente crítico, sendo afetado deleteriamente por temperaturas elevadas. O limite crítico tanto para a maturação das gônadas como para o desenvolvimento do embrião de truta arco-íris é de 12 a 14 0 C. A sensibilidade dos salmonídeos ao calor é um sério problema em países de clima mais quente, como o Brasil, onde a temperatura comumente ultrapassa aquele limite, mesmo nas regiões montanhosas. Por isso, a única forma para escapar deste gargalo de produção seria a utilização de uma linhagem de truta resistente a alta temperatura – vantagem que ampliaria muito os locais passíveis de seu cultivo no Brasil. Uma linhagem deste tipo vem sendo aperfeiçoada no Japão nos últimos 15 anos. Foi denominada de Yoshida, por ter sido desenvolvida na Estação Experimental de Yoshida (na província de Shizuoka), pertencente à Universidade de Pesca de Tokyo (no passado, Instituto Imperial da Pesca). A linhagem Yoshida consegue maturar as gônadas e desenvolver os embriões à temperatura de 16 – 180 C. Ademais, suas gônadas maturam naturalmente duas vezes por ano (na primavera e no outono), sem a necessidade de tratamento por fotoperíodo, ao contrário das trutas usuais, o que permite obter duas desovas por ano, a partir do mesmo indivíduo. O responsável pela criação desta linhagem foi o professor Makoto Okamoto, do Departamento de Biosciências Aquáticas daquela universidade. A ABRAT já tem a concordância do professor para transplantar esta linhagem ao Brasil, obtida através de seu ex-aluno José Roberto Kfouri Jr. – atual professor de Veterinária da USP. A ABRAT pretende agilizar esta introdução através de um programa de pesquisa e tecnologia junto ao Ministério da Agricultura e Abastecimento e CNPq, sendo a quarentena e o cultivo inicial realizados na Estação de Salmonicultura do Instituto de Pesca em Campos do Jordão, SP.
ABRAT
Esse espaço é destinado às informações de interesse dos truticultores.
Aqueles que desejarem divulgar alguma notícia relacionada ao cultivo de trutas e salmões deverão entrar em contato com a ABRAT- Associação Brasileira de Truticultores, na Rua João José Godinho, 420 – sala 1, Bairro Guadalupe, Lages – SC – CEP 88506-080, Fone (49) 222-6285, Fax (49) 222-2921.
Os que desejarem divulgar comercialmente seus produtos ou serviços relacionados à truticultura nesta página, devem entrar em contato diretamente com a redação da Revista Panorama da AQUICULTURA pelo telefone (21) 553-1107 ou pelo e-mail: [email protected]